Na BM&F, boi gordo crava nova máxima

Por: Valor Econômico

Na BM&F, boi gordo crava nova máxima



Por De São Paulo


O preço médio do boi gordo atingiu em julho o maior patamar em 20 meses no mercado futuro de São Paulo, mais uma vez puxado pela escassez de animais para abate na atual entressafra. Em compensação, as cotações do milho, do café e do etanol mantiveram a tendência de baixa e amargaram novas mínimas no mês.


Julho foi o sexto mês consecutivo de alta do boi gordo na BM&FBovespa. De acordo com o Valor Data, os contratos de segunda posição de entrega (normalmente, os mais negociados) foram negociados, em média, a R$ 102,43 a arroba, uma valorização de 1,6% ante junho e de 8,2% desde dezembro. Trata-se do maior valor desde novembro de 2011.


As cotações são sustentadas pela demanda aquecida dos frigoríficos combinada com uma oferta escassa. Sazonalmente, este é um período de menor disponibilidade de animais para abate uma vez que os pastos ficam secos durante o inverno. A primeira rodada de animais criados em confinamento deve chegar ao mercado na segunda quinzena de agosto, o que pode dar algum alívio ao mercado.


Os contratos de soja subiram 0,6% no mês, para US$ 28,61 por saca, em média, na direção oposta à dos futuros negociados em Chicago (onde se formam os preços internacionais do grão). O mercado futuro de São Paulo já reflete a menor disponibilidade de grãos no mercado doméstico nos últimos meses do ano, pico da entressafra brasileira.


Apesar da alta ante junho, o preço da soja no último mês foi 6,1% inferior ao registrado em dezembro, o que reflete a tendência de recuperação da oferta global do produto.


Na outra ponta, o preço médio do milho caiu 3,8% em julho, para R$ 24,30 a saca, a menor cotação de agosto de 2010. O mercado doméstico segue pressionado por uma safra recorde, combinada com exportações em baixa e queda nos preços internacionais. No ano, o milho já recuou 23,4% na BM&FBovespa.


O etanol caiu 2,6%, para R$ 1.030,57 o metro cúbico, menor patamar desde maio de 2011. Foi a quinta queda consecutiva da commodity, que acumula queda de 12,5% desde dezembro.


O biocombustível tem sido pressionado pela colheita de uma produção recorde de cana-de-açúcar e pela decisão dos usineiros de dedicar uma maior fatia da matéria-prima à produção de etanol em virtude da forte queda nos preços internacionais do açúcar.


O café também fechou julho no vermelho. O preço médio dos contratos futuros de arábica recuou mais 2,3%, a US$ 150,81 por saca, menor patamar desde setembro de 2009. Com isso, a commodity amarga perda de 19,5% no ano.


Os preços do café são pressionados pela colheita de uma safra cheia no Brasil – a maior da história para um ano de baixo rendimento no ciclo bianual dos cafezais – e na Colômbia, os dois maiores produtores mundiais de arábica. Os amplos estoques internacionais e a demanda em marcha lenta pesam sobre esse mercado.


A commodity também tem sido pressionada pela alta do dólar em relação ao real. A desvalorização do câmbio estimula as exportações do Brasil, o que induz o preço em dólar a cair para reequilibrar a oferta à demanda. (GFJ)
 

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