04/07/2010 – Gazeta de Ribeirão
Patrimônio e história Após reforma de R$ 200 mil, Museu do café é reaberto em Ribeirão com computadores e exibição de documentário
RENATO VITAL
Gazeta de Ribeirão
renato.pinho@gazetaderibeirao.com.br
Depois de mais de 50 anos sem mudanças em sua estrutura arquitetônica e cenográfica, o Museu do café passou por uma reforma e foi reinaugurado no último domingo. Cerca de R$ 200 mil foram investidos na revitalização do museu pelo apoio de algumas empresas da cidade, que receberão o título de \”Empresa Amiga da Cultura\”. Além das mudanças no visual, o principal acervo sobre a época cafeeira do Brasil agora conta também com quatro computadores e um televisor LCD para a exibição do documentário \”Filhos do café\”.
O diretor do Museu Histórico e Museu do café, Daniel Basso, conta que não precisou de muito tempo para a modernização do local. \”Não foram mais do que 15 dias de reforma. Pintamos, fechamos algumas janelas, reformamos o telhado, colocamos painéis narrativos e iluminação direcionada\”, disse. Para Basso, a nova cenografia do Museu agrega mais valor ao acervo e às exposições. \”Recebemos muitas escolas, quase toda semana. As crianças ficarão mais interessadas com o visual moderno e os computadores\”, contou. O museu recebe cerca de 12 mil alunos por ano, sendo a maioria do Ensino Fundamental, e tem a quarta maior média de visitação entre os museus de São Paulo.
Para a historiadora Lílian Rodrigues de Oliveira Rosa, uma das principais mudanças foram a instalação dos painéis narrativos. \”Antes a exposição ficava fora de contexto. Agora, os visitantes podem entender melhor como foi a história da nossa terra e qual foi a importância do café para o País\”, afirmou. Lílian conta que investir na conservação de acervos históricos é uma maneira de valorizar o próprio município. \”O ribeirão-pretano precisa se apropriar da sua própria história\”, opinou.
Segundo o diretor do Museu do café, a instituição também conta com um projeto de reintegração social. \”Temos funcionários que fazem a segurança e cuidam da jardinagem dos museus como forma de cumprir penas alternativas\”, disse. Basso conta também que para auxiliar os visitantes, alunos universitários de cursos como História e Turismo fazem a monitoria dos espaços. \”É importante ter alguém que sabe do que esta falando junto ao visitante\”, completou.
SERVIÇO
Visitação: segundas a sextas das 10h às 16h30; sábados das 12h30 às 16h30; domingos e feriados das 9h às 16h30.
Computador é ferramenta adicional
Para despertar mais interesse dos visitantes mais jovens, parte da verba da reforma foi investida na compra de quatro computadores para o Museu do café. \”Nos computadores há dois jogos, os depoimentos completos que foram editados para o documentário e muitos materiais para pesquisadores da área\”, disse o diretor dos museus Histórico e do café, Daniel Basso. Em um dos jogos, a criança é convidada a fazer uma viagem pelos trilhos que ligavam Ribeirão Preto ao porto de Santos a bordo da Maria Fumaça dos tempos cafeeiros. O outro jogo é o Trivia, que na realidade é um questionário interativo onde o aluno precisa responder questões referentes à história do café. \”Se ele prestar atenção na exposição, com certeza irá acertar todas as perguntas\”, disse Basso.
A historiadora Lílian Rodrigues de Oliveira Rosa acredita que a interação entre a exposição e os jogos virtuais é um ótimo caminho para o aprendizado. \”As crianças podem aprender brincando, do jeito que elas gostam\”, afirmou.