Muriaé/MG sedia premiação dos Melhores Cafés das Matas
22/10/2009 – Os melhores cafés da Zona da Mata serão premiados, nesta sexta-feira (23), com o encerramento do 8° Concurso Regional de Qualidade do Café das Matas de Minas, em Muriaé. A cerimônia de premiação será na Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), às 8h30. O concurso é promovido pela regional da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater–MG) em Muriaé. O evento premia e promove os cafeicultores responsáveis pela produção dos melhores grãos na região.
Nesta edição, a Emater-MG recebeu 600 amostras de cafés de 17 municípios da região. O crescimento no número de inscritos atesta a boa repercussão do concurso, que no primeiro ano recebeu apenas 70 amostras. Para avaliar o melhor grão e o sabor mais agradável, os extensionistas da empresa pública estadual de extensão rural trabalharam três meses, cumprindo as etapas definidas pelo concurso.
Na primeira etapa, as amostras dos cafés foram separadas por categoria (Natural e Cereja Descascado). Na segunda e terceira etapa, os técnicos avaliaram características como: sabor, corpo, acidez e doçura do grão, classificando com notas de zero a dez. Os empates foram resolvidos com a porcentagem apurada a partir de grãos retidos na peneira 16.
De acordo com Robério Torres, extensionista e um dos organizadores do concurso, o requisito umidade chamou a atenção, pois a maior parte dos grãos obtiveram uma umidade entre 10% e 12%, considerada boa. “Isso mostra que os cafeicultores estão mais atentos a secagem dos grãos no terreiro”, avaliou.
O degustador Flaviano Vieira Lima ensinou que a qualidade da bebida está relacionada aos aspectos de umidade, doçura e aroma. De acordo com Vieira, as bebidas devem ser frutadas, carameladas, achocolatadas e mel. Outro fator importante é o sabor e o aroma. “O café tem que ser livre de traços que depreciem o sabor, devendo ser adocicado para deixar o paladar agradável”, ressaltou.
Para o agricultor do distrito de Belisário Luís Estevão dos Santos, o concurso é uma oportunidade que ele tem de aprender a cuidar melhor dos grãos. Estevão cultiva o café há 50 anos e mesmo considerando a instabilidade do mercado, aposta na qualidade, como forma de enfrentar o problema. “Todos os anos envio meu café para o concurso e, assim, fico sabendo qual bebida estou produzindo. Os resultados ensinam os cuidados que preciso ter com minha lavoura”, ressalta.