A fama de “terra
do café com biscoito” foi
conquistada ao longo da história de São Tiago, município de 10 mil habitantes,
no Campo das Vertentes, parada obrigatória de tropeiros que se reabasteciam rumo
aos sertões de Minas e Goiás. Quase um terço das 30 pequenas fábricas artesanais
estão sendo ampliadas. Antenados com as exigências de mercado, os pequenos
empresários da cidade promovem a transição do rústico para o moderno, com a
intenção de ampliar a produção e de atender as normas sanitárias.
“Mas
sem perder as características artesanais”, garante Daniele Fantini Lima,
coordenadora estadual do setor de alimentos artesanais do Sebrae, que implantou,
em março, o Sistema de Informação da Gestão Estratégica Orientada para
Resultados (Sigeor), ferramenta de apoio on-line à gestão de projetos do órgão.
“Não chegamos com nada pronto. O trabalho foi construído a partir dos relatos
dos produtores sobre as dificuldades”, conta. Eles assinalaram, por exemplo, a
necessidade de participar de feiras e missões empresariais, de qualificar os
funcionários e de promover uma maior cooperação entre os produtores.
A
meta principal do projeto é elevar a produção em 30% até julho de 2006,
conseqüentemente, aumentando a renda do produtor na mesma proporção. No ano
passado, o volume de biscoito comercializado no município chegou a R$ 87,3 mil
quilos/mês. A participação maciça na 7ª Parada do Café com Biscoito, que atraiu
30 mil visitantes à cidade em setembro, comprova que o biscoito produzido em São
Tiago está ganhando novos mercados.
A cultura da cooperação também foi
estimulada entre os pequenos empresários do município que já contavam com
Associação São-Tiaguense dos Produtores de Biscoito (Assabiscoito). O presidente
da entidade, Alexandre Chaves, eleito em outubro para o cargo, confirma que
houve um avanço muito grande do segmento depois da parceria com o Sebrae, que,
no ano que vem, vai ajudar na criação de selo de origem para os biscoitos de São
Tiago.
O incremento na fabricação de biscoito no município chegou em boa
hora para Juraci Maria de Oliveira, que vêm percebendo um aumento na procura
pelo produto. “Nos últimos três anos, minha produção aumentou 30%”, revela
Juraci. A empresária vai construir uma nova fábrica para substituir a atual
mini-indústria instalada, literalmente, no fundo do quintal. “Preciso de mais
espaço”, completa a fabricante, que, atualmente, emprega 14 funcionários e
comercializa 70% das bolachas de limão, coco, fubá, amendoim e o nhoque de coco,
carro-chefe da empresa, na capital.