Meloidogyne exígua é o nematoide mais disseminado na cafeicultura brasileira.
J.B. Matiello e Marcelo Jordão Filho – Engs Agrs Fundação Procafé
Diz um ditado que onde tem fumaça tem fogo. Assim ocorre com as mudinhas de café, que nascem sob a saia dos cafeeiros. Ao arrancá-las, com as mãos, e verificar suas raízes, pode-se saber, com certeza e facilidade, se a lavoura está ou não infestada pelo nematoide exígua.
Meloidogyne exígua é o nematoide mais disseminado na cafeicultura brasileira. As raízes finas atacadas apresentam galhas (nódulos), que se formam pela presença das fêmeas dentro dos tecidos das raízes.
Provavelmente pela presença de raízes tenras nas mudinhas e pelo ambiente, arejado e úmido, adequado ao desenvolvimento do nematoide, ali próximo à superfície do solo, sob a saia dos cafeeiros, a infestação das mudinhas de café, acontece e aparece já nos estágios iniciais das plantinhas, nas fases de palito de fósforo e de orelha de onça.
O exame do sistema radicular das mudinhas mostra a presença de grande numero de galhas, nas pequenas raízes laterais e, até, na ponta da raiz principal, no pião. Essa situação reflete a gravidade do problema do nematoide quando na renovação de cafezais em áreas infestadas, mesmo sendo a espécie M. exígua um nematoide com o qual se pode conviver, com nutrição e tratos adequados, em lavouras adultas.
Pesquisas com mudas(tabela 1) e em cafeeiros implantados sobre áreas de cafezais velhos (tabela 2), infestados por M. exigua, na comparação de mudas de variedades resistentes ou enxertadas sobre porta-enxertos resistentes, com aquelas susceptíveis, de pé franco, mostram que – no desenvolvimento inicial das mudas ocorrem perdas de crescimento de cerca de 30% e na produtividade das plantas com resistência(enxertadas ou resistentes) no campo, ocorre um ganho produtivo na faixa de 20-60%.