Mudanças no clima provocam alerta na cafeicultura e altas no mercado, por Fernando Barbosa

Por: Notícias Agricolas


A colheita no Sul de Minas é interrompida pelas mudanças no clima, além de medidas tomadas, o setor cafeeiro fica apreensivo de ter perdas na bebida do produto e não aproveitar as boas notas apresentadas pelo mercado que reagiu nesta semana.


Chuvas e nevoeiro
Na sexta feira, sábado e hoje, 27/07 (DOMINGO), as chuvas mudaram o ritmo acelerado da colheita de café, que já apontavam para o término. 
Choveu nos últimos dois dias, 31mm no acumulado e continua chovendo. Neste domingo, o dia amanheceu com grande nebulosidade e frio. 


Investimento na propriedade 
o produtor aproveitou notícias antecipadas de estações meteorológicas, indicando uma possível chegada de chuvas na época da safra e em parceria com cooperativas instalou secadores chamados “coxo” – criado no Rio Grande do Sul por um sistema implantado para secagem de fumo e grãos – foi demonstrado na feira de implementos agrícolas de Guaxupé FEMAGRI 2013. Os produtores têm adotado por caber uma concentração maior de medidas – 700, sem precisar de rotação do café -, além do custo que é mais barato.


 O principal fechamento do ciclo na propriedade é saber se o café obteve bons resultados, sem perda na bebida. Quando o café é colhido da lavoura para o terreiro pelo processo via seca, ele não pode ter contato muito tempo com água, mesmo porque, nesta época é fácil encontrar cafés verdes, maduros e grande quantidade de cafés secos. Isso ocorre porque o contato do mel do café com água pode ter uma fermentação e produzir fungos que passam pela casca até o grão.






A influência do clima – seca fora de época e chuvas no momento da produção – tem cada vez mais mudado o cenário da cafeicultura e o mercado internacional, ditando regras, causando especulações e fortalecendo o mercado fornecedor do produto. Hoje eu pude observar que realmente deveremos nos atentar para as mudanças do clima. Os pés de ipês já demonstram a antecipação dos fenômenos da natureza. Começaram as flores – geralmente se formam em final de agosto ou início de setembro.


Sabendo que o berço cafeeiro está caindo, alguns produtores que anteciparam suas colheitas aproveitam o momento da estação da Lua Nova para fazer reformas nas lavouras, esqueletando e decotando “podas” nos pés de cafés.


Florada e mercado
Nos cafés que a colheita foi antecipada podem ser observados os primeiros botões de flores. Até mesmo nas lavouras em que ainda não foi concluída a colheita, as flores dão seu sinal.


     


Isso ocorreu porque os cafés estavam em período de dormência – maturação de varas – e há 15 dias choveu no cinturão cafeeiro, seguido de altas temperaturas, provocando a indução de flores. 


 



Essas notícias correram o mundo, provocando um nervosismo no mercado internacional e puxando o mercado para patamares positivos em Nova Iorque, Londres e BM&F.


Alguns corretores das cidades de Nova Resende, Guaxupé, Juruaia, Monte Santos de Minas e Campos Gerais relataram que neste ano, o excesso de oferta dos resíduos de café é grande e pode ser maior depois das chuvas deste final de semana. Os resíduos estão sendo negociado pelos corretores no valor de R$ 3,70 o quilo do aproveitamento, mas a preocupação é que as maiores torrefadoras nacionais estão com excesso de oferta do produto. Este tipo de produto, chamado de escolha, retirado do beneficiamento, é uma das alternativas das torrefadoras para diminuir custos. Isso porque, há uma maior dificuldade na retirada de notas fiscais do produto. Os blends de robusta com resíduos do arábica dão corpo ao café torrado e moído .



Fonte: Fernando Barbosa

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