A ACA (Associação dos Cafeicultores de Araguari) esteve presente na “Marcha pelo Café”, manifestação pública integrante do “Movimento SOS Cafeicultura” que envolveu aproximadamente 25 mil pessoas, no último dia 16, em Varginha, Sul de Minas Gerais.
Na ocasião, a Associação — que representa os cafeicultores do Cerrado Mineiro — entregou, à comissão organizadora do evento, uma documentação denominada “Manifesto de Araguari”, deixando claro que sempre se fará presente nas ações em prol da cafeicultura nacional.
Leia, abaixo, o “Manifesto de Araguari”.
Araguari, 16 de março de 2009
Manifesto de Araguari
O agronegócio representa uma fatia considerável na economia deste país. Se considerássemos o Brasil como uma grande empresa, a qual produzisse bens de consumo como alimentos, produtos de alta tecnologia ou mesmo matéria prima para países industrializados e outros, na condição de empresários ou diretores desta empresa, daríamos atenção especial à área de produção e resultados agropecuários, pela óbvia razão da expressiva participação nos lucros e na representatividade dentro do contexto desta empresa.
No país Brasil isto não acontece.
Talvez porque não existe a verdadeira vontade do bom resultado para o país ou seus “colaboradores” mais eficientes, mas sim a premiação de alguns setores e grupos sociais em troca do interesse de alguns para a conquista ou permanência no poder político.
Com total ausência de uma política de valorização dos nossos produtos, apesar da competência desta área alcançando recordes de produtividade e prêmios de qualidade, vemos o sucateamento de nossos equipamentos, os compromissos cada vez maiores diante dos bancos e multinacionais, a dificuldade da continuidade dos trabalhos e o desânimo, para não dizer desespero, de todos nós, principalmente na área da cafeicultura.
Nós não queremos protecionismo ou qualquer ajuda diferenciada para nosso setor, porém quando presenciamos procedimentos como o socorro financeiro a bancos, isenção ou desconto de IPI para indústrias ou repasse de milhões de reais que não precisam ser justificados para certos grupos sociais que não apresentam tantos resultados ou relatórios de gastos, pensamos que, se tivéssemos uma política agrícola de garantia de preços, oportunidade de saldar compromissos com nossos produtos ou investimentos realmente ousados de marketing para aumentar a demanda, pelos menos estaríamos em relativa posição de igualdade junto àqueles setores quanto à atenção dos administradores do nosso governo.
Sabemos do trabalho e do empenho de alguns e de decisões como a prorrogação de vencimento de financiamentos, por exemplo. Reconhecemos as boas intenções, porém não está sendo o suficiente e, por isso, reivindicamos a atenção devida aos nossos interesses e propostas para – basta fazer uma breve análise – certificar que são os mesmos interesses do nosso país, quer sejam progresso, emprego, produtividade, qualidade, condições para atender as complexas exigências das leis de proteção ambiental e futuro promissor.
Esperamos que, com este movimento SOS CAFEICULTURA, consigamos sensibilizar nossos governantes e, assim sendo, que eles tomem as atitudes necessárias para podermos dar continuidade aos nossos trabalhos, garantindo milhões de empregos para o bem do Brasil!
Associação dos Cafeicultores de Araguari – Cerrado do Triângulo Mineiro.