Movimentação de fertilizantes no Itaqui mostra mercado do agronegócio em expansão

02/06/2011 – Lucas Hadade – O Imparcial


Importação de fertilizantes disparou este ano, o que sinaliza aquecimento do agronegócio no estado. Até a última semana de maio de 2011, segundo a Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP), foram desembarcados 192, 5 mil toneladas de fertilizantes no porto do Itaqui, o que revela um crescimento de 132% em relação ao mesmo período de 2010.


Ao todos, quatro empresas – Fertipar, Bunge Fertilizantes, Yara Fertilizantes e Ribeirão SA – movimentaram o volume do produto este ano. Deste total, pelo menos três figuam no ranking das cinco empresas que mais tiveram crescimento no volume de importações.


A que mais cresceu foi a Bunge, que comparado com 2010 aumentou em 308,14% sua movimentação, pulando de 4,7 milhões de dólares para 19,4 milhões de dólares. Outra empresa que aparece forte é a Fertipar, ocupando a terceira posição ente os maiores importadores. Em relação a 2010, quando tinha investido 4,9 milhões de dólares, apareceu com um aumento de 190,31%, movimentando em 2011, 14,4 milhões de dólares.


Ontem , o navio Caledônia, de 188 metros de comprimento e 35 mil toneladas de deslocamento brutos, estava descarregando um novo carregamento de 26,5 mil toneladas de fertilizantes no berço 103 do porto do Itaqui. E a perspectiva é que a movimentação continue em alta nos próximos 30 dias, quando está prevista a chegada de mais 35,5 mil toneladas em outros quatro navios ao Complexo Portuário de São Luís.


Matopi


Para o gerente operacional da Fertipar , Antonio de Pádua, o que está ocorrendo no Maranhão, um crescimento enorme no agronegócio, sendo que Balsas é apontada como o “grande pulmão” da nova fronteira agrícola para o cultivo de GRÃOS, formada pelo sul do Maranhão, Norte de Tocantins, Sudoeste do Piauí e Sudeste do Pará, região conhecida como Matopi. “Há um crescimento enorme no estado e a região de Balsas é o centro do agronegócio, sendo a soja o principal produto, respondendo por 65% do que é cultivado.”, disse.


Já o gerente comercial da empresa, Simão Castro também chamou a atenção para o crescimento na região de Chapadinha, onde a soja corresponde a 90% da lavoura e estima-se que a região consome mais de 12 mil toneladas de fertilizante.


Nada comparado com o consumo de Balsas que é de mais de 150 mil toneladas de fertilizante. Simão, explicou também que a estação chuvosa em Chapadinha tem inicio nos meses de dezembro e janeiro.


Já em Balsas as chuvas se estendem entre outubro, novembro e dezembro, tornando assim Chapadinha uma região de extensão para o cultivo de soja.”Como a época de chuvas começa mais tarde em Chapadinha, pode-se dizer que lá eles estendem o período de cultivo, mas nada que chegue perto de Balsas. Chapadinha consome mais de 12 mil toneladas de fertilizantes enquanto a região de Balsas consome mais de 150 mil toneladas.”, disse Simão Castro.


Aumento da área plantada com milho e algodão


Hoje, estima-se também que os produtores de soja do Maranhão, tenham aumentado a área de cultivo. É o que acredita a engenheira agrônoma da Fundação de Apoio a Pesquisa do Corredor de Exportação Norte (FAPCEN), Mariele Ronco.


Ela também credita a lavoura de algodão que cresceu em torno de seis mil hectares e que usam muito fertilizante. Isso representa um crescimento de 8,9% este ano na área plantada, chegando a 14,2 mil hectares, com uma rentabilidade média de 3,3 mil quilos por hectar, o que levou a uma safra total de 47,8 mil toneladas.


“A área destinada ao algodão cresceu em torno de 6.000 hectares e no cultivo de algodão é usado muito fertilizante. A safrinha de milho, que acontece logo após a safra de soja, também é um fator a ser considerado, pois a lavoura de milho também pede o uso de muito fertilizante.”, completou Mariele.


O milho foi a terceira cultura que mais cresceu na safra de 2011. Segundo dados do Levantamento Sistemático de Produção Agrícola (LSPA), feito pelo IBGE, a produção subiu 19,8%, chegando ás 638 mil toneladas.

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