Morro Grande e Suplicy estreiam no mercado liderado pela Nespresso
O Café Morro Grande, uma das principais marcas das Torrefações Noivacolinenses, de Piracicaba (SP), lançou no mês passado cápsulas de café espresso, feitas com grãos gourmet. Também em janeiro, a Suplicy Cafés Especiais lançou suas cápsulas, que podem ser usadas nas máquinas da Nespresso, a líder do setor. A Morro Grande, que fatura cerca de R$ 50 milhões por ano, acabou contratando a portuguesa Kaffa para fabricar suas cápsulas, depois de pesquisar por um ano e meio como viabilizaria sua produção, diz Sidney Fernandes, gerente comercial da empresa.
“A grande dificuldade é conseguir neutralizar a perda de aroma e sabor depois que mói o café”, explica Fernandes. Ele diz que a empresa foi impelida a comercializar cápsulas para acompanhar o mercado – os clientes estavam pedindo. As cápsulas, por enquanto, de um só tipo, estão sendo comercializadas em cerca de 10 pontos de venda na região de Piracicaba, entre supermercados, empórios e lojas de conveniência. O investimento inicial para lançar o novo produto foi de R$ 100 mil, conta Fernandes. Ele avalia que mesmo se o negócio de cápsulas representar de 3% a 5% da receita total da companhia, será lucrativo pela agregação de valor.
Uma caixa com 10 cápsulas é vendida por R$ 13,90. Mas com a popularização do produto, os preços tendem a cair, estima ele. Fernandes acrescenta que a praticidade de se tomar o café em cápsula traz também ao mercado consumidores que não tomavam café regularmente. A Morro Grande também tem planos de comercializar máquinas com sua marca, importadas da China, ou fazer parceria com a Kaffa, que também detém linha de máquinas próprias. Outra empresa que aposta no mercado de cápsulas é a Suplicy Cafés Especiais, que também lançou no mês passado uma cápsula, feita com blend do Cerrado Mineiro, exclusivo para o novo produto. As cápsulas da Suplicy, compatíveis com as máquinas usadas pela Nespresso, estão sendo comercializadas nas lojas da empresa em São Paulo, Ribeirão Preto (SP), Rio de Janeiro e Brasília. E também deverão ser vendidas em redes de supermercados.
A caixa com 10 unidades custa R$ 18,90. A receptividade do produto tem sido muito boa, afirma Marco Suplicy, fundador da empresa. Ele acredita que neste ano a comercialização de cápsulas da Suplicy alcance 1 milhão de unidades. “O brasileiro não tem noção deste mercado”, afirma. Suplicy avalia que o setor de cápsulas traz com ele um novo consumidor, que não comprava café em grão para consumir em casa, mas que adquire a cápsula. Ao mesmo tempo, o mesmo cliente que toma café nas lojas da empresa tem máquina Nespresso em casa, observa ele. Além disso, a oferta de cápsulas em supermercados, por exemplo, torna mais prático para o consumidor a aquisição desses produtos, já que as cápsulas da Nespresso são vendidas apenas pela internet ou em suas butiques, diz Suplicy.