Guilherme Braga explica que o bom desempenho com exportação da commodity é normal para esta época do ano
Agência EstadoTomas Okuda
A exportação de café tem alcançado resultados expressivos nos últimos meses, mas o câmbio provoca calafrios no setor.
– A receita cambial nos últimos 12 meses, até outubro, é recorde de US% 5,126 bilhões, mas a moeda não deixa a situação ficar perfeita – informa o diretor geral Guilherme Braga, do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé).
– O dólar nos atuais níveis é uma tragédia para o exportador – acrescenta.
Em outubro, o Brasil exportou volume recorde de 3,404 milhões de sacas de 60 kg de café, para uma receita também jamais alcançada de US$ 637,6 milhões, pelo menos nos últimos 20 anos. Segundo Braga, isso alivia um pouco o problema do câmbio.
O diretor geral do Cecafé explica que o bom desempenho com exportação da commodity é normal para esta época do ano (entre setembro e novembro), quando o Brasil já terminou a colheita de mais uma safra. Ao mesmo tempo, a concorrência com outros países exportadores ainda é fraca, pois há pouco café colhido em outras regiões produtoras do planeta. Além disso, a Colômbia, por exemplo, enfrenta problema de redução na produção, provocado pelo clima adverso.
Segundo Braga, o café brasileiro também tem sido reconhecido pela qualidade, preenchendo o espaço deixado por outros países. Este ano, a Bolsa de Nova York (ICE Futures US) voltou a cogitar aceitar a entrega do grão nacional contra o contrato futuro \’C\’, negociado na bolsa.
Braga informou, ainda, que as condições operacionais nos portos melhoraram no mês passado, favorecendo os embarques. Anteriormente, os terminais estavam sem espaço e a entrega tinha de ser feita em cima da hora, com risco de se perder o navio.
De acordo com ele, o Brasil deve exportar este ano entre 31 milhões e 32 milhões de sacas de café, superando expectativas. O Cecafé trabalhava inicialmente com projeção de embarque entre 30 milhões e 31 milhões de sacas.
AGÊNCIA ESTADO