MITACA SERÁ MENOR E ESTÁ ATRASADA NA COLÔMBIA

Por: Blog do café

Segundo matéria da Dow Jones, reproduzida pela Agência Estado, a produtora colombiana de café, Angelica Canar, chega a suspirar quando começa a secar os pequenos lotes do grão em seu terreiro, nas terras altas da Província de Narino, no sul do País. “Este ano há muito pouco café. Começamos a colheita apenas agora, mas normalmente teríamos iniciado os trabalhos já em abril”, disse.


Este é o momento de pico da colheita da safra intermediária de café (mitaca) nas terras altas da Colômbia. A maioria do café cereja da mitaca é normalmente colhida e processada como grãos de primeira qualidade, entre maio e julho.


Angelica, como a maioria dos produtores da região, está correndo para recuperar dois meses do ritmo normal de colheita, mas a produção não está apenas atrasada, como também acentuadamente menor depois do mau tempo. “Neste lote aqui tenho cerca de 5 kg de café limpo e terei sorte se conseguir mais que 20 kg no total este ano. No ano passado, eu colhi 50 kg”, afirmou ela.


A produção de café da mitaca, em Narino, no ciclo 2008/09, deve apresentar queda de 30% a 50%, principalmente depois que a florada foi prejudicada por pesadas chuvas, conforme indicaram funcionários locais.


Narino tem cerca de 27.300 hectares cultivados com café e, em anos recentes, representou cerca de 4% da produção anual total colombiana, segundo dados da Federacafé (Federação Nacional de Cafeicultores). De acordo com comentários de produtores locais, as províncias ao sul da Colômbia (Narino, Huila e Cauca) representam cerca de 20% da produção nacional do grão daquele país.


 


A poucos quilômetros da propriedade de Angelica Canar, mais evidências do ritmo lento da colheita este ano em Narino são encontradas na estação central de compra em La Florida. Durante a colheita em temporada normal, produtores formam fila durante horas na estrada empoeirada, fora do escritório de compras, onde o café é pesado e classificado. Mas, neste dia, apenas um punhado de cafeicultores estava disperso por ali, à espera de vender os primeiros lotes da mitaca de 2009.


 


“O ritmo está muito lento este ano. Até agora compramos 15 mil kg, mas, em 2008, nesta mesma época do ano, tínhamos comprado cerca de 30 mil kg”, informou o gerente de compras, Harold Obando, à Dow Jones, conforme reproduziu a Agência Estado. Ele espera que a estação compre, este ano, cerca de 40% do volume de 195 mil kg em temporada normal.


 


Produtores, que chegam à estação para entregar seus cafés em motocicleta, bicicleta ou mulas, cobrindo distâncias de até 20 km, confirmam que a colheita é menor em todo o lugar. Os preços atuais, no entanto, estão nos melhores níveis em 12 anos, compensam parte das perdas.


 


Narino ganhou reputação de concentrar produtores de café da mais alta qualidade, ganhando prêmios em concursos internacionais e alcançando rótulo de blend especial, de uma origem única, pela rede de cafeterias Starbucks.


 

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