26/03/2014
Trinta e duas empresas participam, a partir de hoje, da primeira prospecção de negócios em território cubano desde a inauguração da primeira fase de modernização do Porto de Mariel.
Uma missão empresarial, organizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exposições (Apex) e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), estará na ilha para conhecer o porto e participar de rodada de negócios com importadores cubanos.
Os brasileiros estudam ampliar o comércio com Cuba e usar a ilha como plataforma de exportação para outros mercados.
Na segunda-feira, o presidente e o diretor de negócios da Apex, Maurício Borges, e Ricardo Santana, respectivamente, reuniram-se em Havana com o ministro de Comércio Exterior e Desenvolvimento de Cuba, Rodrigo Malmierca. De acordo com Santana, o país da América Central pretende ampliar as importações originárias do Brasil e mostra interesse por setores específicos. “Os setores de alimentos, casa e construção e embalagens têm bastante apelo do lado de lá.
Há interesse em materiais elétricos, móveis e embalagens, inclusive para o processamento de alimentos”, disse.
No ano passado, a corrente de comércio entre o Brasil e Cuba somou US$ 624,8 milhões, dos quais US$ 528,2 milhões corresponderam à aquisição de produtos brasileiros pelo país. Os principais itens importados do Brasil foram óleo de soja, arroz, milho, carne de frango in natura, farelo de soja, café, papel, calçados, máquinas agrícolas e móveis. Mas, segundo Ricardo Santana, houve alta de 9,2% no comércio desde a implantação de um escritório da Apex em Havana, em 2008.
Entre as empresas que enviaram representantes a Cuba para a missão que termina na sexta-feira estão a Bauducco, Asa Alimentos, Globoaves e Vilheto e Cosil, do ramo de alimentação; a TendTudo, do setor de construção; Oberthur, fabricante de equipamentos de informática e fornecedora, a Odebrecht e Eletroflex, da área de reposição de peças para caminhões e tratores.
As obras no Porto de Mariel, tocadas pela Odebrecht, exigiram investimento de US$ 957 milhões, financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Do montante, US$ 682 milhões foram aportados pelo Brasil. Como contrapartida, houve exigência de que pelo menos US$ 802 milhões do total fossem gastos na compra de bens e serviços comprovadamente brasileiros.