AGRONEGÓCIOS
03/09/2007
03/09/07 – 00:00 > AGRONEGÓCIOS
Gabriela Mainardes
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, negocia com a área financeira do governo uma nova redução nas taxas de juros praticada junto ao setor agrícola. Em junho deste ano os juros foram reduzidos em um ponto percentual, ficando na faixa de 6,75% ao ano. A nova taxa foi anunciada juntamente com o Plano Safra, e na época ficou abaixo das expectativas dos produtores. A intenção com uma nova redução é diminuir o nível de endividamento do setor, cujo volume de quase R$ 100 bilhões já supera o valor da safra agrícola anual.
“A redução dos juros continua na pauta porque sabemos que o produtor precisa ter condições de se manter competitivo para aproveitar o bom momento do cenário mundial”, disse ele, na última sexta-feira, quando esteve no interior do Paraná.
Stephanes reitera que as medidas de prorrogação das dívidas de safras anteriores à atual, que incluem financiamentos de custeio e de investimento, foram importantes para a retomada do setor, mas que as novas regras estabelecidas para o crédito rural representam o caminho para uma nova política agrícola que deve culminar na maior queda dos juros.
“O pequeno produtor é atendido por diversos programas de apoio, e o grande produtor tem mais condições de driblar a crise. Por isso o mais prejudicado, que é o produtor médio, começa a ter chance de se restabelecer com as novas regras”, diz o ministro, referindo-se a mudanças no programa direcionado ao produtor médio, o Proger (Programa de Geração de Emprego e Renda). As novas regras aumentaram a capacidade de enquadramento no programa e reduziram os juros dos financiamentos para 6,25% ao ano, além de aumentar o limite de crédito de R$ 48 mil na safra anterior para R$ 100 mil na safra atual.
Alexandre Mendonça de Barros, especialista em Mercado Agrícola da Fundação Getúlio Vargas (FGV), considera que a política agrícola do País ainda precisa de alterações para que a competitividade do produtor nacional prevaleça em outros mercados. “Temos que pensar que esse ciclo de alta na precificação das commodities e de demanda crescente por alimentos e por etanol podem chegar ao fim e, com isso, a rentabilidade do setor pode cair”, diz ele.