Ministro reconhece gravidade da crise na agricultura

8 de novembro de 2005 | Sem comentários Comércio Mercado Interno

 







Gilberto Nascimento
Rodrigues: “Desde fevereiro, solicito recurso para comercialização e custeio, mas a crise é grande e estou mergulhado até o pescoço.”

Durante a audiência pública conjunta das comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; e de Fiscalização Financeira e Controle, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, reconheceu a existência de “uma crise sem precedentes na agricultura brasileira”.
Vários fatores foram apontados pelo ministro como causas para o quadro desfavorável. O aumento no preço dos insumos; a queda na demanda internacional; a seca no Rio Grande do Sul; a queda na produção de soja e milho; e a superprodução de arroz e algodão, que fez o preço cair internacionalmente, acarretaram uma perda de R$ 17 milhões para o setor. “Isso é muito difícil de resolver”, lamentou o ministro.

Mergulhado na crise
Roberto Rodrigues lembrou o caso das culturas de trigo e algodão, que estão abaixo do preço mínimo há um ano. “Desde fevereiro, solicito recurso para comercialização e custeio, mas a crise é grande e estou mergulhado nela até o pescoço”, reclamou.
De acordo com o ministro, o período de 2000 a 2002 foi excelente para a agricultura brasileira, e o governo passado aproveitou muito bem o momento favorável, com um avanço do Brasil no mercado internacional. Ele disse ainda que a agricultura é uma atividade cíclica no mundo todo, com aumento ou queda da produção de acordo com os preços praticados no mercado.

Subsídios
O ministro destacou que, nos países ricos, os produtores são sustentados por subsídios, ao contrário do que acontece no Brasil. Rodrigues afirmou que tem apresentado propostas para a área econômica do governo, isto é, os ministérios do Planejamento e da Fazenda, para que a crise seja superada.
Depois de destacar que será lembrado como “o ministro da crise”, Rodrigues admitiu que isso pode lhe trazer alguma vantagem: “a coisa só pode melhorar daqui para frente”, brincou. “Estou tentando criar mecanismos para que, passada a crise, a bonança seja estável e possamos avançar. Sem querer parafrasear ninguém, Marx afirmou que a crise é a parteira da história e Churchill disse: ‘só tenho a oferecer a vocês sangue, suor e lágrimas’; mas não quero chegar a tanto”,

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