Agência Estado
O ministro da Agricultura, Antônio Andrade, afirmou que a demora na reação dos preços do café às medidas de apoio ao setor, anunciadas pelo governo, já era esperada. Ele avalia que a atual pressão sobre os preços é momentânea, devido às expectativas do mercado (principalmente dos compradores) de que as condições climáticas são favoráveis à boa floração dos cafezais, que resultaria na colheita de mais uma grande safra no próximo ano.
Andrade acredita que, no médio prazo, o mercado vai reagir e os preços vão atingir patamares que remunerem os custos de produção dos cafeicultores. Ele comenta que nesta safra o governo anunciou “a maior política de apoio ao café da história”, com a liberação de mais de R$ 5,8 bilhões para financiar a comercialização e estocagem.
O ministro da Agricultura disse que na próxima terça-feira (8) a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realiza o último leilão de contratos de opções de venda de café, com oferta de apoio para comercialização de 405,8 mil sacas, que são remanescentes dos três pregões realizados para assegurar a compra pelo governo de 3 milhões de sacas, ao preço de 343/saca, com vencimento em março do próximo ano.
O ministro reconhece que nesta safra as medidas de apoio à cafeicultura atrasaram. Ele atribui a demora ao fato de o orçamento da União ter sido definido apenas em abril deste ano, quando os produtores estavam iniciando a colheita em algumas regiões. “Fizemos correndo, mas acabou atrasando”, diz ele, argumentando que o governo iniciou conversas com o setor privado para definir a política de apoio ao setor para o próximo ano e analisar o pedido dos produtores de suspensão do pagamento das parcelas das dívidas por 90 dias. “Estamos conversando com setor produtivo e financeiro. O que for melhor nós iremos fazer”, afirmou.