As similaridades climáticas entre o Cerrado brasileiro e a Tanzânia, país na costa leste africana, assim como o potencial agrícola das duas regiões, devem servir para estreitar as relações entre a Embrapa Cerrados (Planaltina-DF), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária- Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a instituição de pesquisa […]
As similaridades climáticas entre o Cerrado brasileiro e a Tanzânia, país na costa leste africana, assim como o potencial agrícola das duas regiões, devem servir para estreitar as relações entre a Embrapa Cerrados (Planaltina-DF), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária- Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a instituição de pesquisa agropecuária da Tanzânia.
A ministra das relações exteriores e cooperação internacional da Tanzânia, Asha-Rose Migiro, salientou durante visita à Embrapa Cerrados na manhã desta segunda-feira que “há grande chance de iniciar um acordo de cooperação entre os dois países que contemple também a agricultura”. A ministra africana, acompanhada na visita por quatro assessores e um jornalista, destacou que pretende convidar pesquisadores da Embrapa Cerrados “para conhecer a realidade do agronegócio na Tanzânia”.
Migiro mostrou-se impressionada com as pesquisas de melhoramento genético da mandioca desenvolvidas na Embrapa Cerrados e elogiou também a alta qualificação do quadro de funcionários da Unidade. “Podemos apreender com a Embrapa que o uso de tecnologias simples prendem o homem ao campo e aumentam a produtividade”, destacou, comentando ainda que a Tanzânia, país em que 80% da população vive da agricultura, sofre as conseqüências do êxodo rural, da escassez de água em algumas regiões, da ausência de energia elétrica em áreas agrícolas e da degradação das pastagens. “Temos similaridades e vejo potencial para cooperação”.
A comitiva conheceu também algumas variedades de mandioca desenvolvidas na Embrapa Cerrados, apresentadas no laboratório de melhoramento genético pelo pesquisador Eduardo Alano, e fez uma rápida visita ao campo para ver os experimentos com café. A mandioca vermelha, espécie que concentra licopeno nas raízes, despertou o interesse da ministra que, de pronto, mostrou interesse em introduzir a cultura da variedade em seu país. “Temos muito interesse em cultivar estas variedades de mandioca com maior valor nutricional”. Mandioca, frutas, açúcar, café e sisal são alguns dos principais produtos agrícolas da Tanzânia. Segundo a ministra, as pesquisas já desenvolvidas pela Embrapa podem ajudar a incrementar a produção agrícola do país africano. “Os problemas que temos já foram detectados pela Embrapa em certas partes do Brasil”. Migiro disse ainda que sua visita ao Brasil está servindo para “mapear áreas de cooperação entre os dois países para formalizar um acordo”. A parceria entre instituições de pesquisa agropecuária é uma das prioridades.
EMBRAPA CERRADOS
Gustavo Porpino
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