23/07/2009 – Os cafeicultores brasileiros têm duas razões para comemorar esta semana. Os leilões realizados hoje pela Conab tiveram bons resultados e foram feitos a taxas mais baixas que as praticadas anteriormente. A segunda notícia é que o grupo de trabalho da cafeicultura apresentou uma proposta de renegociação de dívidas, em que o Ministério da Agricultura sinalizou considerar trabalhar com o valor de R$ 314 / saca de café para balizar as negociações.
Os leilões de café realizados pela Conab tiveram três lotes. O primeiro lote, que vence no dia 15 de janeiro, paga R$ 309 / saca. O lote de vencimento em 15 de fevereiro paga R$ 311,70 e o vencimento no dia 15 de março paga R$ 314,90 ao produtor. O engenheiro agrônomo Armando Matielli, afirma que as taxas estavam favoráveis, porém o valor oferecido ainda não cobre o custo de produção. “Acho que esse leilão de opção transcorreu dentro da normalidade e não houve exagero nas taxas. Da outra vez tivemos até R$ 9 a R$ 9,50 por saca, taxa com a qual o produtor teve que arcar… O valor de R$ 309 não remunera, pois o valor ainda está abaixo do custo de produção. O nosso custo de produção está entre R$ 320 até R$ 410”.
Matielli, que também é presidente executivo do Sincal (Associação Nacional dos Sindicatos dos Produtores de Café e Leite), está em Brasília representando o setor da cafeicultura para fazer uma proposta ao Ministério da Agricultura. “O Sincal está propondo uma política que contemple a cafeicultura como um todo e não apenas um setor ou região”. Na reunião, cooperativas de todo o país, pedem a prorrogação das dívidas do café por 12 anos, com juros de R$ 6,75.
“Pedimos que todas as dívidas do Funcafé sejam prorrogadas pela Lei 11.775 até o ano 2020”. Matielli diz ainda que, inicialmente, os cafeicultores pediram a remuneração da saca em R$ 261, mas o governo fez a proposta de transformar a dívida em R$ 314 / saca. Matielli afirma também que a expectativa é de que as negociações aconteçam em breve “Isso já está preconizado, o governo já tem a Lei 11.775 e eu acredito que só depende de um enquadramento”.