A previsão do Ministério da Agricultura de que as exportações brasileiras do setor de agronegócios terão em 2009 a primeira queda em uma década já começou a tornar-se palpável. Em janeiro, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pelo próprio ministério, os embarques do campo recuaram 10,4% em relação ao mesmo mês de 2008, para US$ 4,152 bilhão.
As importações do setor também caíram em igual comparação, 24,9%, para US$ 768,3 milhões. Já o superávit diminuiu 6,3%, para US$ 3,384 bilhões. De acordo com o ministério, ajuda a explicar o resultado a queda dos preços médios de itens importantes na pauta não compensada pela variação cambial entre janeiro de 2008 e o mês passado. Foram os casos de soja em grão (1,6%), óleo de soja (24,5%), farelo de soja (2,4%), carne bovina in natura (25%), carne suína in natura (14,2%), carne de frango in natura (11,8%), milho (22,1%) e café em grão (12,8%).
Apesar de uma retração de 26,1% em relação a janeiro do ano passado, as carnes lideraram as exportações do agronegócio, com receita de US$ 784,3 milhões. Os embarques do segmento sucroalcooleiro aparecem em seguida, com US$ 659,3 milhões, alta de 63,9% na comparação. Levando-se em consideração a coleção de adversidades que afetou a balança, este salto foi o grande destaque do mês. A variação foi puxada tanto pelo aumento dos preços médios de venda de açúcar (13%) e álcool (17,9%) quanto pelo crescimento do volume de açúcar exportado (60,7%). No caso do álcool, o volume recuou 13,4%.
A soja caiu para o terceiro lugar no ranking da receita das exportações, com US$ 639,6 milhões em janeiro, baixa de 9,1% sobre o mesmo mês de 2008. Houve aumento no volume embarcado de grãos, farelo e óleo de soja apesar da queda das importações do maior mercado para o grão nacional, a China. Segundo a agência Dow Jones Newswires, as importações chinesas de soja em grão totalizaram 3,03 milhões de toneladas em janeiro, 12% menos que em janeiro de 2008. As importações de óleos vegetais comestíveis do país diminuíram 43% no mês.
Maior exportador do agronegócio em larga medida por causa do porto de Santos, São Paulo respondeu por 23,7% das exportações em janeiro, segundo o governo estadual. Há diferenças nos critérios do ministério e do Estado para compor a balança, por isso as diferenças entre os números das duas tabelas publicadas nesta página.
Para o menor valor das importações pesaram as quedas do volume e dos preços do trigo trazido de fora. Em quantidade, a baixa foi de 45,2%; no preço médio, de 37,4%.