Minas Gerais sem café?

Por: Bom Dia Brasil

TELEJORNAL
21/11/2007
 
Minas Gerais sem café?
 
 
A ciência brasileira também enfrenta um desafio: como combater os efeitos da seca no agronegócio? Pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) calcularam o tamanho do prejuízo para quem trabalha no campo: cerca de R$ 8 bilhões nos últimos três anos. Mas, do Paraná, vem uma boa notícia.


Na tela do computador, está o sinal de alerta. O mapa simula o efeito da mudança do clima na agricultura brasileira. No caso da soja, um aumento de cinco graus na temperatura média poderia reduzir bastante a área de plantio, principalmente nas regiões Sul e Centro-Oeste.


O cenário desafia a ciência, que corre em busca de soluções. Depois de cinco anos de pesquisas, a Embrapa de Londrina (PR) desenvolveu um tipo de soja mais tolerante ao calor e à estiagem. Os testes de campo começam no ano que vem.


“Você faz com que a planta tenha uma resposta mais rápida e mais intensa à falta de água. Você quer que a planta consiga ficar um pouco mais de tempo sem perder produtividade, tolerando essa falta de chuvas”, explica o pesquisador da Embrapa, José Renato Farias.


Nos laboratórios espalhados pelo país, cientistas também tentam desenvolver variedades mais resistentes de milho, de café, de algodão e de cana-de-açúcar, cada vez mais ameaçados pelas mudanças no clima.


“Se nós não dermos atenção a isso, nós arriscamos ter problemas seriíssimos na nossa economia, perdendo muitos negócios, perdendo produção, deixando de exportar ou eventualmente até importando alimentos, se é que vai existir alimento para importar”, alerta o pesquisador da Embrapa, Alexandre Nepomuceno.


O arroz também está na fila, mas os trabalhos com o parceiro dele andam bem adiantados no Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). Na fase de desenvolvimento, bastam cinco dias sem chuva para que as plantas percam flores e vagens. É prejuízo na certa.


Mas os pesquisadores conseguiram aumentar bastante essa tolerância. Os pés de feijão de uma variedade resistente estão há 25 dias sem água e continuam verdinhos. As sementes dessa variedade já estão disponíveis para os produtores, que vão ganhar em breve outros quatro tipos de super-feijões, mais tolerantes à seca, bons de campo e de panela.


“O sabor é muito bom, e o caldo bem grosso. Está aprovado”, comentou um homem.

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