Belo Horizonte, 18 de Novembro de 2005 – Estado responsável por metade da produção nacional de café, com safra de 14,5 milhões de sacas, Minas Gerais iniciou um programa de melhoria da qualidade de produto, pela criação de selos de qualidade que serão conferidos aos cafeicultores a partir do próximo ano. A certificação será concedida, inicialmente, aos produtores que se destacarem no concurso anual de qualidade de café, que teve sua segunda edição encerrada no último fim de semana, na capital mineira, e que premiou três dezenas de produtores, pela excelência das amostras analisadas. A safra mineira é produzida anualmente por 50 mil cafeicultores, mas nem todos, devido a dificuldades financeiras, conseguem colher um produto de excelente qualidade. O concurso, coordenado pela estatal Empresa de Assistência Técnica de Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), recebeu 980 inscrições e segundo o seu presidente, o agrônomo José Silva Soares, “tem o objetivo de agregar valor ao produto e criar novas possibilidade para o aumento da renda dos produtores”. O aumento da receita foi alcançado imediatamente pelos vencedores do certame, que teve a supervisão da Universidade Federal de Lavras. Após o julgamento, houve leilão das safras vitoriosas no centro de degustação daquela escola, que alcançaram um ágio médio de 106,1% em relação à cotação de 8 de novembro para cafés de qualidade (R$ 270). O destaque foi para o produtor Carlos Daniel Cláudio, do município de Nepomuceno, e vencedor na categoria produto orgânico. Sua safra foi comercializada ao preço de R$ 855, por saca de 60 quilos, 216,6% acima do valor de mercado. Segundo o presidente da Emater-MG, o café é importante para o País mas, sobretudo para Minas Gerais, que obtém cerca de 40% das suas receitas com a exportação do produto. Minas é o segundo maior estado exportador brasileiro e tem na sua pauta itens importantes, como helicópteros, automóveis e produtos siderúrgicos. (Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 12)(Durval Guimarães |