Minas: dólar não freia os embarques do setor cafeeiro Vendas futuras já estão sendo firmadas.

11 de setembro de 2007 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: Diário do Comercio

O fator cambial influencia na rentabilidade das exportações, mas mesmo com o real valorizado e o dólar variando entre R$ 1,95 e R$ 2, os negócios estão em alta em Minas Gerais na cafeicultura. No acumulado de janeiro a julho, foram embarcadas 628 mil toneladas de café, volume 19% superior ao verificado em igual período do exercício anterior, somando US$ 1,410 bilhão.


Contratos de vendas futuras já estão sendo firmados para compra de café da safra 2008/2009. Esse é o caso da Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), localizada no município de mesmo nome, na região Sul do Estado, que é líder de exportação do grão pelo porto de Santos, disse o diretor de exportações, Joaquim Libânio.


A Cooxupé exportou em torno de 1,1 milhão de sacas de café, entre janeiro e agosto deste ano e, até o final deste ano, a expectativa é de que os embarques totalizem 1,6 milhão de sacas.


Segundo o representante da cooperativa, o processo de valorização do câmbio tem penalizado o produtor rural e, para que ele tenha condições de trabalhar com margem de lucro que possibilite reinvestir na lavoura, o dólar teria que estar cerca de 25% mais valorizado.


A Fazenda Sertãozinho, localizada no município de Botelhos, também na região Sul, produz cafés especiais em uma área de 800 hectares e 70% dos grãos são destinados ao mercado internacional. Da safra 2007/2008, estimada em 12 mil sacas, 25% já foram embarcadas ao exterior, segundo o diretor da fazenda, José Renato Gonçalves Dias.


Café Orfeu – Segundo ele, 30% do café produzido vai para industrialização na própria fazenda, que beneficia 5 toneladas de café por mês. A marca Café Orfeu é comercializada em cafeterias e restaurantes de Belo Horizonte, São Paulo, Curitiba e Salvador. “São consumidas, por mês, 650 mil xícaras do Café Orfeu”, destacou Dias.


As exportações de café em Minas, no acumulado de janeiro a julho deste ano, corresponderam a 71% do volume nacional enviado ao mercado exterior, de acordo com o assessor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Rodrigo de Almeida Pontes.


Vale ressaltar ainda que o Estado é base de exportação, mas a indústria mineira beneficia apenas 13% de todo o café industrializado no país, afirmou Pontes. As exportações brasileiras, no acumulado de janeiro a agosto deste ano, somaram US$ 2,047 bilhões, resultado 23,9% maior que o verificado em igual período do ano anterior. Os dados são do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).


MAÍRA VASCONCELOS

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