Minas busca economia com “safra zero”

2 de dezembro de 2008 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

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Com relevo acidentado, uma vez que estão localizadas em regiões montanhosas,
as fazendas de café do sul de Minas Gerais, maior Estado produtor do grão do
Brasil, estão adotando a chamada “safra zero, safra 100%”. Esse conceito está
relacionado à bienualidade da cultura – marcada por produtividade baixa a cada
dois anos – e permite aos cafeicultores deixar de fazer a colheita em uma safra
para priorizar a seguinte, mais cheia.


Com os altos custos de produção da cultura, a mão-de-obra na cafeicultura tem
um forte peso. Na fazenda Sertãozinho, em Botelhos/MG, essa prática já foi
adotada. Segundo os cafeicultores José Renato Gonçalves Dias e sua esposa, Anna
Cecília Gonçalves Dias, que administram a fazenda, as propriedades são divididas
em talhões e a colheita é selecionada.


Em anos de produtividade baixa, as árvores são podadas, diz Dias. Neste ano,
25% dos talhões tiveram safra zero. As podas em uma safra garantem maior
produtividade no ciclo seguinte. Com isso, os cafezais asseguram a mesma
produção todos os anos, sem o efeito provocado pela bienualidade.


“O conceito de safra zero é mais comum em Minas, principalmente no sul do
estado e também na Zona da Mata, onde os terrenos são acidentados”, afirma
Gilson Ximenes, presidente do Conselho Nacional do Café (CNC). A mão-de-obra
para colheita de café representa de 30% a 35% dos custos totais de produção. “Em
áreas mecanizadas, por exemplo, esses custos caem pela metade”, diz. Nos últimos
anos, os cafezais também estão mais adensados, o que também reduz os gastos dos
cafeicultores.


Este ano é ano de safra cheia, estimada em 45,850 milhões de sacas pela
Companhia Nacional do Abastecimento (Conab). Minas responde por 50,4% da
produção nacional. Desse total, entre 500 mil e 1 milhão de sacas serão
classificadas como especiais. No ano passado, a colheita total de café ficou em
36,07 milhões de sacas.


Essa prática de poda para a safra zero não afeta a produção de cafés
especiais, garante Anna Cecília. “Os melhores lotes de cada safra estão
divididos em talhões”, afirma. A produção de cafés especiais faz parte de um
trabalho mais complexo, que compreende manejo no plantio e colheita, além de
certificações que levam em conta as práticas de sustentabilidade. Isso confere
um maior ágio aos grãos, no mínimo 30% a mais que o café convencional.


Com aproximadamente 900 hectares plantados, a fazenda Sertãozinho, que também
engloba duas outras propriedades vizinhas, a Rainha e Santa Lúcia, conta com
2,25 milhões de pés de café, dos quais metade está adensada. Para 2008, a
expectativa é de que a colheita fique em 26 mil sacas de café, das quais 40%
poderão ser classificadas como grãos de qualidade especial.


Na fazenda Cachoeira, de São Sebastião da Grama (SP), a safra zero também foi
adotada há alguns anos, afirma o cafeicultor Gabriel de Carvalho Dias. Dos 500
hectares da propriedade, cerca de 140 hectares estão ocupados com café. As áreas
com café da Cachoeira têm em média três trabalhadores por hectare (de um total
de 150 hectares). “Se a região fosse mecanizada, seria uma média de 1
trabalhador por 40 hectares”. A reportagem é de Mônica Scaramuzzo, do Jornal
Valor Econômico.

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Minas busca economia com “safra zero”

28 de outubro de 2008 | Sem comentários Comércio Mercado Interno

Com relevo acidentado, uma vez que estão localizadas em regiões montanhosas, as fazendas de café do sul de Minas Gerais, maior Estado produtor do grão do Brasil, estão adotando a chamada “safra zero, safra 100%”. Esse conceito está relacionado à bienualidade da cultura – marcada por produtividade baixa a cada dois anos – e permite aos cafeicultores deixar de fazer a colheita em uma safra para priorizar a seguinte, mais cheia.


Com os altos custos de produção da cultura, a mão-de-obra na cafeicultura tem um forte peso. Na fazenda Sertãozinho, em Botelhos/MG, essa prática já foi adotada. Segundo os cafeicultores José Renato Gonçalves Dias e sua esposa, Anna Cecília Gonçalves Dias, que administram a fazenda, as propriedades são divididas em talhões e a colheita é selecionada.


Em anos de produtividade baixa, as árvores são podadas, diz Dias. Neste ano, 25% dos talhões tiveram safra zero. As podas em uma safra garantem maior produtividade no ciclo seguinte. Com isso, os cafezais asseguram a mesma produção todos os anos, sem o efeito provocado pela bienualidade.


“O conceito de safra zero é mais comum em Minas, principalmente no sul do estado e também na Zona da Mata, onde os terrenos são acidentados”, afirma Gilson Ximenes, presidente do Conselho Nacional do café (CNC). A mão-de-obra para colheita de café representa de 30% a 35% dos custos totais de produção. “Em áreas mecanizadas, por exemplo, esses custos caem pela metade”, diz. Nos últimos anos, os cafezais também estão mais adensados, o que também reduz os gastos dos cafeicultores.


Este ano é ano de safra cheia, estimada em 45,850 milhões de sacas pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab). Minas responde por 50,4% da produção nacional. Desse total, entre 500 mil e 1 milhão de sacas serão classificadas como especiais. No ano passado, a colheita total de café ficou em 36,07 milhões de sacas.


Essa prática de poda para a safra zero não afeta a produção de cafés especiais, garante Anna Cecília. “Os melhores lotes de cada safra estão divididos em talhões”, afirma. A produção de cafés especiais faz parte de um trabalho mais complexo, que compreende manejo no plantio e colheita, além de certificações que levam em conta as práticas de sustentabilidade. Isso confere um maior ágio aos grãos, no mínimo 30% a mais que o café convencional.


Com aproximadamente 900 hectares plantados, a fazenda Sertãozinho, que também engloba duas outras propriedades vizinhas, a Rainha e Santa Lúcia, conta com 2,25 milhões de pés de café, dos quais metade está adensada. Para 2008, a expectativa é de que a colheita fique em 26 mil sacas de café, das quais 40% poderão ser classificadas como grãos de qualidade especial.


Na fazenda Cachoeira, de São Sebastião da Grama (SP), a safra zero também foi adotada há alguns anos, afirma o cafeicultor Gabriel de Carvalho Dias. Dos 500 hectares da propriedade, cerca de 140 hectares estão ocupados com café. As áreas com café da Cachoeira têm em média três trabalhadores por hectare (de um total de 150 hectares). “Se a região fosse mecanizada, seria uma média de 1 trabalhador por 40 hectares”. A reportagem é de Mônica Scaramuzzo, do Jornal Valor Econômico.
 

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Minas busca economia com “safra zero”

27 de outubro de 2008 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: Valor Econômico

AGRONEGÓCIOS
27/10/2008
 
Minas busca economia com “safra zero”
De Poços de Caldas (MG), Botelhos (MG), São Sebastião da Grama (SP) e Espírito Santo do Pinhal (SP)
 
Com relevo acidentado, uma vez que estão localizadas em regiões montanhosas, as fazendas de café do sul de Minas Gerais, maior Estado produtor do grão do Brasil, estão adotando a chamada “safra zero, safra 100%”. Esse conceito está relacionado à bianualidade da cultura – marcada por produtividade baixa a cada dois anos – e permite aos cafeicultores deixar de fazer a colheita em uma safra para priorizar a seguinte, mais cheia.


Com os altos custos de produção da cultura, a mão-de-obra na cafeicultura tem um forte peso. Na fazenda Sertãozinho, em Botelhos (MG), essa prática já foi adotada. Segundo os cafeicultores José Renato Gonçalves Dias e sua esposa, Anna Cecília Gonçalves Dias, que administram a fazenda, as propriedades são divididas em talhões e a colheita é selecionada. Em anos de produtividade baixa, as árvores são podadas, diz Dias. Neste ano, 25% dos talhões tiveram safra zero. As podas em uma safra garantem maior produtividade no ciclo seguinte. Com isso, os cafezais asseguram a mesma produção todos os anos, sem o efeito provocado pela bianualidade.


“O conceito de safra zero é mais comum em Minas, principalmente no Sul do Estado e também na Zona da Mata, onde os terrenos são acidentados”, afirma Gilson Ximenes, presidente do Conselho Nacional do Café (CNC). A mão-de-obra para colheita de café representa de 30% a 35% dos custos totais de produção. “Em áreas mecanizadas, por exemplo, esses custos caem pela metade”, diz. Nos últimos anos, os cafezais também estão mais adensados, o que também reduz os gastos dos cafeicultores.


Para 2008, a safra será cheia, estimada em 45,850 milhões de sacas de 50 quilos pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab). Minas responde por 50,4% da produção nacional. Desse total, entre 500 mil e 1 milhão de sacas serão classificadas como especiais. No ano passado, a colheita total de café ficou em 36,07 milhões de sacas.


Essa prática de poda para a safra zero não afeta a produção de cafés especiais, garante Anna Cecília. “Os melhores lotes de cada safra estão divididos em talhões”, afirma. A produção de cafés especiais faz parte de um trabalho mais complexo, que compreende manejo no plantio e colheita, além de certificações que levam em conta as práticas de sustentabilidade. Isso confere um maior ágio aos grãos, no mínimo 30% a mais que o café convencional.


Com aproximadamente 900 hectares plantados, a fazenda Sertãozinho, que também engloba duas outras propriedades vizinhas, a Rainha e Santa Lúcia, conta com 2,25 milhões de pés de café, dos quais metade está adensada. Para 2008, a expectativa é de que a colheita fique em 26 mil sacas de café, das quais 40% poderão ser classificadas como grãos de qualidade especial.


Na fazenda Cachoeira, de São Sebastião da Grama (SP), a safra zero também foi adotada há alguns anos, afirma o cafeicultor Gabriel de Carvalho Dias. Dos 500 hectares da propriedade, cerca de 140 hectares estão ocupados com café. As áreas com café da Cachoeira têm em média três trabalhadores por hectare (de um total de 150 hectares). “Se a região fosse mecanizada, seria uma média de 1 trabalhador por 40 hectares”.


As fazendas Sertãozinho e Cachoeira estão em uma área privilegiada do país, sobre um vulcão, que garante às propriedades ali instaladas solos mais férteis, por conta do alto teor de potássio.


Neste ano, o período de florada dos cafezais não atrasou nas principais regiões produtoras do país, como ocorreu em 2007. Isso deverá garantir uma colheita de grãos sem atrasos para 2009, caso nenhuma intempérie surja no meio caminho. (MS)

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