A aceleração do crescimento do consumo de café no Brasil nos últimos anos, fruto do aumento da renda da população e das campanhas de incentivo lideradas pela iniciativa privada, deverá manter no país metade da produção prevista para a safra 2007/08, cuja colheita já está em andamento.
Segundo Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), trata-se de uma participação inédita. A cultura é de exportação, e normalmente os embarques nacionais, que dominam o comércio internacional da commodity, absorvem a maior parte da colheita.
Para 2007/08, a Conab projeta a produção brasileira em 32,065 milhões de sacas beneficiadas de 60 quilos. Se confirmada a previsão de Herszkowicz, a demanda interna absorverá, portanto, 16 milhões. No ano passado, o consumo doméstico ficou em 16,3 milhões de sacas, mas seu quinhão na produção da safra 2006/07 (42,512 milhões de sacas) foi de 38%.
“É claro que o fato de a produção ser menor [em razão da bianulalidade da safra cafeeira, que resulta em uma a cada duas safras com produtividade naturalmente menor] abre espaço para o aumento da participação do consumo doméstico. Mas ainda assim é uma prova do sucesso das campanhas que fazemos e que se tornaram referência para a OIC [Organização Internacional do Café, com sede em Londres]”, disse.