Tomar café é gostoso, mas para quem aprecia mesmo a bebida, é muito mais do que isso. É conhecer a variedade de grãos e suas inúmeras possibilidades de aromas e sabores. É, também, saber criar receitas simples ou inovadoras com esse líquido negro que se tornou sinônimo de brasilidade. Afinal, uma boa xícara de café deve encher o ambiente com seu aroma e aquecer o apreciador com seu sabor. Para conseguir esse efeito, é preciso haver um cuidado especial no preparo da bebida e adquirir conhecimento profissional para extrair o melhor do grão. Ser, então, um barista.
Cada vez mais pessoas buscam entender o café a fundo não só por prazer, como também para aproveitar o aumento do consumo no Brasil e a consolidação do mercado de cafés tipo gourmet ou especiais. De acordo com Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o consumo no País tem crescido em ritmo mais acelerado do que no resto do mundo. Enquanto a taxa no planeta é de 1,5% ao ano, a média anual brasileira é de 5,8%, ou cerca de 4 vezes mais.
Na Bahia, a cultura do café foi a que mais gerou empregos formais durante o primeiro semestre deste ano. Segundo números da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), foram criados 3.460 novos postos de trabalho em seis meses, o que corresponde a 8,7% das vagas com carteira assinada abertas no mesmo período. Estes dados foram extraídos a partir de informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego.
‘O aumento no consumo de cafés especiais é o resultado, além de uma boa extração, do fato de que, com o surgimento de um maior número de cafeterias, as pessoas passaram a exigir um bom café expresso, um bom latte, um bom marroquino’, explica a empresária Karina Molinari, proprietária do restaurante italiano Si – Enoteca e Ristorante, no Jardim de Alah. ‘O brasileiro bebe muito café filtrado, mas, assim como aconteceu com o vinho há alguns anos, hoje há a busca pela apreciação do café de qualidade, o que gera uma grande quantidade de encontros, congressos e cursos sobre o assunto’.
Um exemplo é o Curso de Formação de Baristas promovido pelo Si em parceria com a FIB – Centro Universitário. O curso tem duração de 6 horas. Haverá turmas nos dias 01, 15, 22 e 29 de outubro, com aulas ministradas no próprio restaurante pelo chef italiano do Si, Saverio Molinari e pelo especialista Miguel Bittencourt. Além de classes mistas, para profissionais e curiosos, haverá cursos específicos para os alunos de hotelaria da FIB.
‘A idéia do curso surgiu, porque todas as vezes que eu ia a um restaurante ou bar e pedia um café curto, recebia uma xícara cheia’, conta Saverio. O café curto é a primeira extração da máquina de café, mais concentrada e forte. Por isso, também é a preferida na Itália, onde o café expresso preto é servido em xícaras pequenas, acompanhadas de tiras de limão.