A temporada brasileira 2012/13 de café, de bienalidade positiva, deve ser recorde segundo dados da Conab. A estimativa oficial divulgada em janeiro é que sejam produzidas entre 48,97 e 52,27 milhões de sacas de 60 kg, com média de 50,6 milhões. Com avanço entre 12,6% e 20,2% em relação à temporada 2011/12 (43,48 milhões), esse volume pode representar um recorde nacional, ultrapassando as 48,48 milhões produzidas na safra 2002/03. Mesmo assim, a relação oferta/consumo ainda deve se manter justa, evitando elevados excedentes.
Estimativas do Cepea, com base em dados do USDA, indicam que o estoque brasileiro de entrada não ultrapassaria 4 milhões de sacas, enquanto que a soma do consumo doméstico com a exportação estaria em torno de 52 milhões de sacas – exportação por volta de 32,5 milhões e consumo doméstico, de 19,5 milhões (média das temporadas 10/11 e 11/12, segundo o USDA).
Um cenário menos otimista, no entanto, ocorreria caso a crise econômica externa comece a prejudicar o consumo do grão e a reduzir as exportações brasileiras, podendo elevar os estoques para além do previsto. Até a safra 2011/12, quando já estava instalada a crise econômica nos principais países consumidores, não se observou queda no consumo global. Ao contrário, na temporada corrente, o consumo mundial cresceu em torno de 2%, segundo USDA.
A produção recorde apontada pela Conab para a safra 2012/13 seria possível graças ao aumento dos investimentos em tratos culturais e à renovação das lavouras feitos pelos produtores que receberam bons preços em 2010 e 2011.
Conforme o relatório oficial, se não fosse a geada seguida por estiagem em 2011, que prejudicaram a produtividade, o volume poderia ser ainda maior que o estimado atualmente. De qualquer forma, ainda é cedo para se ter uma definição precisa do volume a ser produzido. No caso do arábica, a Conab apontou produção nacional em torno de 37,7 milhões de sacas (média do intervalo divulgado), aumento de 17,5% em relação à safra passada. Esse número ainda não é totalmente aceito pelo mercado.
Alguns colaboradores do Cepea argumentam que a safra poderá ser inferior à prevista pela Conab, por conta das adversidades climáticas. Outros, no entanto, acreditam que pode ser ainda superior, visto que os elevados investimentos feitos nas lavouras nas duas últimas temporadas propiciariam avanços na produtividade, muito mais que compensando os danos do
clima. (Cepea)