O Vietnã, maior produtor mundial de grãos robusta, iniciou a aplicação de uma política emergencial para armazenar 400 mil toneladas de café, devido aos preços baixos.
O Vietnã, maior produtor mundial de grãos robusta, iniciou a aplicação de uma política emergencial para armazenar 400 mil toneladas de café, devido aos preços baixos.
Os cafeicultores vietnamitas guardam seus cafés, numa proporção de cerca de um terço da safra do ano passado, quantidade que é três vezes maiores que nos anos anteriores, segundo um produtor local.
Na semana passada, o primeiro ministro Nguyen Tan Dung encarregou o Banco Central para supervisionar um programa para preservar 200 mil toneladas de robusta, variedade de café que experimentou uma desvalorização de 12% ao longo do ano passado.
Os grãos robustas do país indo-chinês deverão ficar estocados durante seis meses, evitando uma maior concorrência com os cafés de safra nova do Brasil e da Indonésia.
Diante dessa medida governamental, os bancos locais têm a obrigação de oferecer aos exportadores empréstimos com taxas de juros baixas visando a compra e a armazenagem do grão.
Alguns cafeicultores consideram apropriada essa estratégia, porém, consideram que ela foi adotada demasiadamente tarde, já que o pico da colheita local foi verificado entre novembro e dezembro. Muitos produtores vietnamitas retêm o produto devido aos baixos preços e a exportadora líder local, a Vinacafé, admitiu que seus lucros estão vindo do resíduo da safra 2008/2009.
O café vietnamita é cotado atualmente no patamar de 23,7 mil dongs (1,25 dólar) por quilo, sendo que o robusta alcançou, ao longo da semana passada, o nível de 1.323 dólares por tonelada na bolsa de Londres.
Segundo estimativas, a safra de café vietnamita deve diminuir este ano devido aos problemas causados pela falta de chuvas, além do encarecimento no procedimento de obter o café, como o alto valor dos combustíveis. Dak Lak, principal zona cafeeira do Vietnã, registrou apenas um terço das chuvas habituais para esta temporada do ano.