Mesa de Café Brasil reúne setor cafeeiro para debater a sustentabilidade social da cadeia produtiva

Condições dignas de trabalho e papel das empresas no cumprimento dos direitos humanos destacam-se na programação dos eventos realizados em Belo Horizonte e São Paulo


A sustentabilidade social começa a entrar na pauta do setor cafeeiro. Dois eventos promovidos pelo Mesa de Café Brasil, projeto desenvolvido pelo InPACTO – Instituto Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo e pela Catholic Relief Services (CRS), chamaram a atenção para questões como as condições dignas de trabalho e a responsabilidade dos empregadores no cumprimento dos direitos humanos. O Mesa de Café Brasil está mobilizando o setor para a promoção de uma agenda positiva e transformadora em prol da transparência e conformidade social da cadeia produtiva do café.


“Conseguimos reunir representantes de diversos setores, qualificando os eventos como um espaço importante de compartilhamento de conhecimento e trazendo para a pauta do setor cafeeiro a relevância das relações dignas de trabalho na cadeia produtiva do café”, destaca o coordenador do projeto Mesa de Café Brasil, Ebenézer Oliveira.


Primeiro evento do projeto em Minas Gerais, estado que é foco inicial da iniciativa, o Café em Pauta reuniu em Belo Horizonte produtores, exportadores e cooperativas de café, além de representantes do setor público e organizações sociais. Organizado pelo InPACTO e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), discutiu os desafios do setor cafeeiro brasileiro para uma cadeia social e ambientalmente sustentável a partir de temas como a responsabilidade das empresas na proteção dos direitos humanos, a importância do trabalho decente para o fortalecimento da economia e o diferencial do Brasil frente às regras de transparência e rastreabilidade no comércio internacional.


Dentro da proposta do projeto de dar visibilidade às boas práticas para que possam ser replicadas, a programação do evento trouxe, ainda, iniciativas de sucesso no setor cafeeiro e do algodão, apresentadas pela Plataforma Global do Café e pela Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (AMPA).


Já em São Paulo, a Oficina “Instrumentos Normativos para a Sustentabilidade Social do Café” aprofundou o conhecimento sobre as legislações nacionais e internacionais relacionadas aos temas de empresas e Direitos Humanos, fairtrade, promoção do trabalho decente e erradicação do trabalho escravo no comércio internacional.


Para Ebenézer Oliveira, foi uma oportunidade para refletir e problematizar questões importantes para a garantia da sustentabilidade social da produção de café, como os marcos normativos nacional e internacional e as políticas públicas transversais que tratem do tema. “Os participantes se mostraram muito interessados nas discussões, propondo alternativas, formulando perguntas e compartilhando casos de boas práticas. Envolver estes atores nessa discussão é fundamental para o fortalecimento das políticas públicas e para encontrar coletivamente caminhos para a erradicação das condições inaceitáveis de trabalho”.


Os eventos tiveram a participação de palestrantes do InPACTO, Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), da Plataforma Global do Café, da Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão, Organização Internacional do Trabalho e Fundação Getúlio Vargas.


Sobre o Mesa de Café Brasil


O Mesa de Café Brasil é uma iniciativa do InPACTO, instituto que atua na prevenção e erradicação do trabalho escravo nas cadeias produtivas, e Catholic Relief Services (CRS), organização não governamental americana que há 14 anos desenvolve projetos na cadeia do café em vários países. O objetivo do projeto é mobilizar todos os atores do setor cafeeiro a fim de fomentar a transparência das ações de proteção social na produção de café brasileiro. Com início em abril de 2017, o foco inicial é o estado de Minas Gerais, responsável por mais da metade da safra nacional e por gerar em sua cadeia produtiva cerca de 3 milhões de empregos diretos e indiretos. O Mesa de Café Brasil tem como parceiros o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé), a Plataforma Global do Café (GCP) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

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