Mercado não teme desabastecimento em 2017 e cotações em NY caem mais de 500 pts nesta 5ª

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) caíram mais de 500 pontos nesta quinta-feira (22) após oscilarem em estreitas margens nos últimos dias.

22 de dezembro de 2016 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: Por: Jhonatas Simião

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) caíram mais de 500 pontos nesta quinta-feira (22) após oscilarem em estreitas margens nos últimos dias. Mesmo com o mercado esvaziado por conta da proximidade das festas de ano, os operadores no terminal externo voltaram a repercutir as chances cada vez menores de desabastecimento do grão em 2017 por conta das melhores condições climáticas no Brasil. Os preços também seguem variando tecnicamente.


“Os produtores brasileiros estão oferecendo menos, e os produtores na América Central não estão no mercado devido à fraqueza dos preços. A única exceção agora parece ser Honduras. As ideias do mercado são de que a produção de arábica será forte na América Latina”, explicou em relatório o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.


Com a forte queda, os principais vencimentos estão abaixo de US$ 1,45 por libra-peso. O contrato março/17 fechou a sessão de hoje cotado a 139,10 cents/lb com 545 pontos de queda, o maio/17 anotou 141,35 cents/lb com 540 pontos de desvalorização. Já o vencimento julho/17 encerrou o dia negociado a 143,65 cents/lb com 540 pontos de queda e o setembro/17, mais distante, teve 540 pontos de recuo, cotado a 145,55 cents/lb.


De acordo com o analista da Origem Corretora, Anilton Machado, ainda que os fundamentos pesem sobre os preços, o mercado do café tem oscilado também tecnicamente. “Os fundamentos estão presentes no mercado, mas os terminais estão esvaziados e os preços oscilam tecnicamente entre 140,00 cents/lb e 145,00 cents/lb em movimento típico de final de ano”, afirma. “O mercado não tem forças para sair desse patamar neste momento”, pondera o analista.


Após os preços externos realizarem curtas oscilações nos últimos dias, os operadores voltaram a repercutir com força nesta quinta as chances cada vez menores de desabastecimento do grão no mercado em 2017. Eles apontam a melhora climática no cinturão produtivo do Brasil como um dos principais fatores de impulso para uma boa produção no país. A próxima safra é de bienalidade negativa. Mapas climáticos, no entanto, apontam que após bons volumes de chuvas, o clima deve ficar menos chuvoso e quente nos próximos dias.


A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) elevou a produção de café do Brasil em seu quarto e último levantamento da atual safra, para 51,37 milhões de sacas de 60 kg entre arábica e robusta. De acordo com a pesquisa, o volume representa um acréscimo de 18,8%, quando comparado com a produção de 43,24 milhões de sacas obtidas no ciclo anterior e representa recorde histórico. A maior safra até hoje havia sido registrada em 2014, quando o país totalizou 50,8 milhões de sacas.


» Conab: Safra de café fecha o ano com produção recorde de 51,37 milhões de sacas


Já o Rabobank, um dos maiores bancos especializados em commodity do mundo, informou em relatório recentemente que as perspectivas no mercado apontam para uma queda na produção do Brasil, com atenção especial para o conilon, variedade brasileira do robusta. Diante dessa situação, o Rabobank, um dos maiores bancos especializados em commodity do mundo, acredita que os produtores devem travar os preços futuros do grão.


“Apesar da perspectiva de recuo na produtividade em função da bienalidade do café, cotações favoráveis devem garantir margens positivas ao cafeicultor brasileiro no próximo ano. Destaca-se parcela dos produtores que já aproveitou as boas oportunidades de trava de preços oferecidas pelo mercado futuro durante 2016”, destacou o banco em relatório. “Os cafeicultores brasileiros que seguem sem fixar os preços para 2017 e 2018 devem estar atentos à elevada volatilidade esperada no mercado internacional de café e de dólar”.


Mercado interno


No mercado físico brasileiro, os negócios com café seguem isolados nas principais praças de comercialização e o cenário não deve mudar até pelo menos o fim do ano. “A maioria das empresas já estão em recesso ou em férias coletivas. O mercado deve voltar a ganhar forças apenas em 2017”, pondera Anilton Machado.


De acordo com informação reportada pela Reuters na quarta-feira (21), com base em relatos de colaboradores do Cepea, as diferenças entre os preços ofertados e os pedidos pelos produtores de café nos últimos dias têm limitado as negociações nas praças de comercialização do país. Analistas acreditam que o mercado deve voltar a ter liquidez apenas no início do próximo ano.


O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação no dia em Espírito Santo do Pinhal (SP) com negócios em R$ 560,00 a saca e queda de 3,45%. Foi a maior variação no dia dentre as praças.


O tipo 4/5 anotou maior valor em Guaxupé (MG) com 563,00 a saca e queda de 1,75%. A maior variação no dia aconteceu em Franca (SP), que teve queda de 4,59% e fechou o dia com R$ 520,00 a saca.


O tipo 6 duro teve maior valor de negociação no dia na Média Rio Grande do Sul com R$ 530,00 – estável. A maior oscilação no dia para o tipo ocorreu em Espírito Santo do Pinhal (SP) com recuo de 6,73% e saca a R$ 485,00.


Na quarta-feira (21), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 502,75 com alta de 0,01%.


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Fonte: Notícias Agrícolas

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