MERCADO MUNDIAL AINDA NÃO TOMOU CONSCIENCIA DA ESCASSEZ-CARVALHAES

[08/10/2007] –

SAFRAS (08) – As chuvas que chegaram ao cinturão cafeeiro, no último final de semana foram poucas, irregulares e esparsas com isso, a apreensão voltou ao mercado cafeeiro e novas altas foram registradas nos mercados futuro de café. Os agrônomos estão preocupados com o déficit hídrico nas lavouras de café, dizem que ainda é cedo para avaliar o percentual da possível perda na próxima safra brasileira de café. As considerações partem do boletim semanal do Escritório Carvalhaes.

O boletim ressalta que todos sabem, porém, que devido a proporção dos números de produção no Brasil ser grande, qualquer perda, por menor que seja, percentualmente, representa muito em sacas de café.

Carvalhaes indica que o mercado, como um todo, ainda não se deu conta de que não se trata mais somente de uma questão de chuva e da próxima safra no mundo globalizado é cada vez mais normal a volatilidade nas bolsas, conforme a notícia do dia – e está ignorando que, neste momento de crescimento da demanda, sem o respectivo aumento de novos plantios, ou mesmo que já estejam ocorrendo, a produção só se daria após 3 anos. A escassez já é um fato, alerta Carvalhaes.

Apenas não é evidente, ainda, em virtude da utilização dos estoques, que estão baixando em nível antes nunca visto, e do fluxo das safras.  O boletim lembra que o consumo cresce na faixa de 1,5% ao ano, segundo dados da OIC, sendo que neste ano alcançou 122 milhões de sacas. Sendo o Brasil o primeiro produtor, primeiro exportador e segundo consumidor, necessitará de
safras médias ao redor de 43 milhões de sacas, marca nunca alcançada nos últimos
anos, adverte.

A próxima safra, observa Carvalhaes, seria a que poderia, de certa forma, compensar a de 2009 (pela bianualidade safra menor). “Será que atingiremos nos próximos 2 anos a média necessária? E qual seria esta média?”, questiona Carvalhaes. O consumo mundial está crescendo ao redor de 2 milhões de sacas/ano. Outro fato, que também não podemos ignorar, aponta Carvalhaes, são as mudanças climáticas que estão ocorrendo no mundo, e cada vez mais influenciam a previsibilidade dos produtores.

Também teremos que acompanhar, segundo Carvalhaes, nesses próximos meses, com certa apreensão, a contínua desvalorização do dólar diante de uma cesta de moedas, fato este que, a continuar ocorrendo, poderá provocar, num futuro próximo, correção de preços em dólares nas commodities que têm sua formação de preços custo de produção em outras moedas, e que são negociadas e cotadas em dólar.

“Apenas um lembrete: a próxima safra será colhida com o salário mínimo vigente no país acima dos 200 dólares, pela cotação de hoje do dólar diante do real”, diz Carvalhaes.

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.