Especialista prevê preços em alta
Por Rafael Silva
Comportamento do mercado internacional de café sugere que preço da saca pode atingir níveis de 1997 Atualmente, produz- se no mundo 120 milhões de sacas de café para um consumo médio de 118 milhões de sacas no ano. Consumo este que tem sido crescente nos últimos tempos, pelo menos 2 milhões de sacas a mais por ano, o que significa que, neste ritmo, pode chegar a 126 milhões de sacas em 2010.
Por outro lado, países tradicionais produtores de café não têm aumentado seus plantios e nem têm condições para isso, com exceção do Brasil, responsável por 30% do que se produz no mundo. Há outros países em que o plantio tem aumentado, mas são iniciantes e o potencial não é grande.
Os estoques mundiais de café é um dos mais baixos dos últimos 20 anos, o suficiente para três meses de abastecimento. Isto significa que qualquer problema que afete a produção no Brasil pode mudar muito o quadro atual.
“O cenário que se desenha é bastante semelhante ao que antecedeu 1997, quando os preços do café estouraram, chegando a US$ 300,00 a saca, mas isso não quer dizer que vamos ter café a este preço novamente”, afirmou o gerente de comercialização da Cocamar, Adenir Volpato, o “Gabarito”.
Esses dados acima foram apresentados por ele, recentemente em Japurá, região de Cianorte, a cafeicultores da região que participaram de uma ATC (Assistência Técnica Coletiva) sobre mercado e comercialização do produto, promovida pela cooperativa.
A palestra abordou também a importância do café como opção de diversificação da propriedade e de se cuidar da lavoura e da colheita para garantir produtividade e qualidade.
O gerente de comercialização da Cocamar alertou, entretanto, que já foi o tempo em que uma geada ou estiagem no Paraná afetava os preços no Brasil e no mundo. A atual produção paranaense, cerca de 2 milhões de sacas, representam apenas 5% do que o Brasil produz.