O mercado internacional está alavancando o preço do café. As exportações
movimentam a economia dos armazéns das cooperativas até o Porto de Santos, em
São Paulo.
A colheita mal acabou e as 280 sacas de café produzidas na lavoura do
agricultor Otto Vilas Boas já estão armazenadas na cooperativa em Guaxupé, no
sul de Minas Gerais. Setenta e cinco por cento da produção dele tem boa
qualidade. É café tipo exportação.
“O grande mercado que temos é o mercado tipo exportação. É vender o café para
o exterior porque é onde nós vamos ver se paga mais pelo saco. Fazendo isso, não
deixamos de atender o mercado interno. A gente tem o segundo mercado de café do
mundo, com o café de uma qualidade melhor”, comparou seu Otto.
O pensamento do seu Otto é semelhante ao de boa parte dos 12 mil cooperados
da Cooxupé. A cooperativa vende uma média de quatro milhões de sacas por ano.
Oitenta por cento desse volume tem como destino o mercado externo.
Os cafés da cooperativa percorrem um longo caminho até chegar ao destino
final. Dos armazéns são empilhados em caminhões e seguem pelas estradas até o
Porto de Santos, em São Paulo.
Quase 98% do café que chega ao Porto de Santos são transportados por
caminhões. Depois de rodar 600 quilômetros e passar 16 horas na estrada, o
motorista Alexandre Magno termina a viagem que começou em Minas Gerais. Enquanto
o produto é descarregado, ele já pensa no próximo trabalho.
O serviço é dobrado para o seu Alexandre e para quem trabalha nos terminais
do porto. Neste ano, a demanda internacional está alta e impulsionou as vendas
do café brasileiro. Assim, a participação do Porto de Santos no embarque do
produto aumentou.
Esse cenário contribuiu para que o Porto de Santos batesse recorde nas
exportações de café. Nos oito primeiros meses deste ano mais de 14,6 milhões de
sacas do produto saíram do lugar para o exterior. Só no mês de agosto, o volume
movimentado foi 11,23% maior do que no mesmo período do ano passado.
“O mundo precisa de todo café produzido. Hoje, o consumo no mundo está ao
redor de 130 milhões de sacos e a produção também está ao redor de 130 milhões
de sacos”, explicou o corretor de café Sérgio Carvalhaes.
Os principais destinos do café brasileiro são Alemanha, Estados Unidos,
Itália e Japão. Em um terminal particular, especializado no armazenamento e
preparação do produto para a venda, a movimentação nos últimos dois anos cresceu
14%. A geração de empregos veio junto.
A empresa tinha 200 funcionários. Hoje, são 340. Foram empregados 140
funcionários. Quem trabalha com o produto torce para que o cenário continue
gerando boas oportunidades.
De janeiro a setembro, as exportações brasileiras de café renderam US$ 3,7
bilhões. São 37% do que no mesmo período do ano passado.