SAFRAS (20) O mercado físico brasileiro de café registrou poucos negócios e preços de estáveis a mais baixos nesta sexta-feira. O mercado foi pressionado pela queda do café arábica na Bolsa de Nova York e pela “decepção” com a falta de seqüência dos ganhos nas bolsas que ocorreram ontem.
O feriadão de Carnaval na próxima semana tornou o mercado ainda mais calmo e lento nesta sexta.
No sul de Minas Gerais, o café arábica bebida boa esteve cotado a R$ 263,00 a saca, contra R$ 265,00 a saca de ontem. No cerrado mineiro, café bebida boa esteve com preço de R$ 263,00, contra R$ 270,00 do dia anterior. O café rio tipo 7 na Zona da Mata de Minas Gerais teve cotação de R$ 200,00 por saca, preço estável. Já o conillon tipo 7 em Vitória, Espírito Santo, foi cotado a R$ 213,00 a saca, cotação também estável.
NY A Bolsa de Mercadorias de Nova York (Ice Futures US) para o café arábica encerrou as operações da sexta-feira com preços mais baixos. As cotações recuaram aos níveis mais baixos em seis semanas diante de vendas de especuladores.
A firmeza do dólar em relação a outras moedas voltou a pressionar para baixo as cotações do café. Perdas para o petróleo e outras commodities, com o índice CRB recuando, pesaram sobre as cotações do arábica em NY. O esboço de reação técnica nos preços ontem foi totalmente apagado nesta sexta. As informações partem de agências internacionais de notícias.
Os contratos com entrega em março fecharam negociados a 108,90 centavos de dólar por libra-peso, com desvalorização de 0,80 centavo. A posição maio fechou a 111,20 centavos, com queda de 1,30 cent.
DÓLAR A elevada aversão ao risco que dominou o ambiente de negócios da semana empurrou o dólar comercial para sua maior cotação do ano. Nas últimas operações desta sexta-feira, a moeda americana foi vendida por R$ 2,392, em alta de 1,70%.
Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 2,520, com avanço de 2,02%.
Seguindo uma prática estabelecida desde pelo menos a semana passada, o Banco Central evitou intervir no mercado de câmbio nesta jornada. No final da tarde, porém, a autoridade monetária programou leilões de venda de dólares com recompra programada para os meses de maio, junho e julho. As operações estão previstas para a próxima quinta-feira.
Analistas citam duas explicações para justificar a alta das cotações nos últimos dias. Primeiro, a preocupação do mercado internacional com a solvência de grandes bancos americanos e europeus. A gravidade da situação chegou a tal ponto que o termo “estatização”, impensável até há alguns meses, tornou um termo corrente no debate entre especialistas de repercussão mundial. Nesse quadro, há a fuga dos investidores para os títulos do Tesouro americano, ainda vistos como um “porto seguro” num cenário turbulento.
(LC)