Mercado falha na avaliação do nível dos estoques de café – OIC

Por: Reuters Por Marcelo Teixeira

SALVADOR (Reuters) – O nível dos estoques de café nos países produtores é
crítico, e o mercado está pecando na avaliação adequada desse fator, afirmou
nesta segunda-feira o presidente da Organização Internacional do Café (OIC),
Néstor Osorio.


Falando a jornalistas no dia seguinte ao encerramento da 2a. Conferência
Mundial do Café, Osorio afirmou que os valores futuros do café só não estão mais
altos porque houve um grande movimento de parte dos fundos especulativos, que
migraram do café para o petróleo em busca de ganhos em um ambiente de maior
volatilidade.


“Os mercados não avaliaram de maneira correta a questão dos baixos estoques
nos principais países produtores, como Brasil, Colômbia, Vietnã e em toda a
América Central”, afirmou o presidente da OIC.


“O nível dos estoques é crítico e se houver uma seca grave em qualquer dos
grandes produtores na próxima safra será um choque (para o mercado).”


Segundo Osorio, o que existe de estoques nos países produtores, excluindo o
Brasil, gira em torno de 8 milhões de sacas. O restante dos estoques mundiais,
cerca de 20 a 22 milhões de sacas, segundo ele, estaria nas mãos dos
consumidores (tradings, torrefadores e outros).


O Brasil teria, segundo o governo, apenas cerca de 2 milhões de sacas de
estoques de passagem.


“Os atores do mercado especulativo não processaram estes dados. Se houver
algum acidente na Colômbia, no Brasil ou no Vietnã (na próxima safra), os países
consumidores terão que acudir (com seus estoques).”


O dirigente afirmou ainda acreditar que os preços do café poderão subir no
caso de um recuo nos valores do petróleo, com uma parte dos recursos dos fundos
retornando ao mercado do café.


Osorio não vê motivos para o recente declínio dos futuros, que chegaram perto
de 1,40 dólar por libra em março em Nova York, mas recuaram para pouco menos de
90 centavos de dólar por libra atualmente.


Segundo ele, analisando gráficos com as linhas de variação do índice de
commodities, dos preços do café e dos preços do petróleo, é possível observar
que o café “descolou” da linha do índice de commodities toda vez que o preço do
petróleo deu um salto, movimento não associado a nenhum dado do lado dos
fundamentos.


“Recursos saíram do mercado do café simplesmente porque alguns investidores
acharam o petróleo mais interessante.”


Segundo ele, o grande fator determinante dos preços no futuro próximo será a
safra brasileira, fundamental para garantir a oferta equilibrada no mundo na
próxima temporada.


“Há razões para pensar que o mercado terá firmeza e continuará ao redor de 1
dólar por libra até que tenhamos clareza sobre o tamanho da próxima safra do
Brasil.”


A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) deverá divulgar sua primeira
estimativa para a safra 2006/2007 de café em dezembro.


A projeção da entidade para a safra atual, praticamente já colhida, é de 33,3
milhões de sacas, ante 39,3 milhões na temporada anterior.

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Mercado falha na avaliação do nível dos estoques de café – OIC

Por Marcelo Teixeira

10 de outubro de 2005 | Sem comentários Comércio Exportação
Por: MSN / Reuters

SALVADOR (Reuters) – O nível dos estoques de café nos países produtores é crítico, e o mercado está pecando na avaliação adequada desse fator, afirmou nesta segunda-feira o presidente da Organização Internacional do Café (OIC), Néstor Osorio.

Falando a jornalistas no dia seguinte ao encerramento da 2a. Conferência Mundial do Café, Osorio afirmou que os valores futuros do café só não estão mais altos porque houve um grande movimento de parte dos fundos especulativos, que migraram do café para o petróleo em busca de ganhos em um ambiente de maior volatilidade.

“Os mercados não avaliaram de maneira correta a questão dos baixos estoques nos principais países produtores, como Brasil, Colômbia, Vietnã e em toda a América Central”, afirmou o presidente da OIC.

“O nível dos estoques é crítico e se houver uma seca grave em qualquer dos grandes produtores na próxima safra será um choque (para o mercado).”

Segundo Osorio, o que existe de estoques nos países produtores, excluindo o Brasil, gira em torno de 8 milhões de sacas. O restante dos estoques mundiais, cerca de 20 a 22 milhões de sacas, segundo ele, estaria nas mãos dos consumidores (tradings, torrefadores e outros).

O Brasil teria, segundo o governo, apenas cerca de 2 milhões de sacas de estoques de passagem.

“Os atores do mercado especulativo não processaram estes dados. Se houver algum acidente na Colômbia, no Brasil ou no Vietnã (na próxima safra), os países consumidores terão que acudir (com seus estoques).”

O dirigente afirmou ainda acreditar que os preços do café poderão subir no caso de um recuo nos valores do petróleo, com uma parte dos recursos dos fundos retornando ao mercado do café.

Osorio não vê motivos para o recente declínio dos futuros, que chegaram perto de 1,40 dólar por libra em março em Nova York, mas recuaram para pouco menos de 90 centavos de dólar por libra atualmente.

Segundo ele, analisando gráficos com as linhas de variação do índice de commodities, dos preços do café e dos preços do petróleo, é possível observar que o café “descolou” da linha do índice de commodities toda vez que o preço do petróleo deu um salto, movimento não associado a nenhum dado do lado dos fundamentos.

“Recursos saíram do mercado do café simplesmente porque alguns investidores acharam o petróleo mais interessante.”

Segundo ele, o grande fator determinante dos preços no futuro próximo será a safra brasileira, fundamental para garantir a oferta equilibrada no mundo na próxima temporada.

“Há razões para pensar que o mercado terá firmeza e continuará ao redor de 1 dólar por libra até que tenhamos clareza sobre o tamanho da próxima safra do Brasil.”

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) deverá divulgar sua primeira estimativa para a safra 2006/2007 de café em dezembro.

A projeção da entidade para a safra atual, praticamente já colhida, é de 33,3 milhões de sacas, ante 39,3 milhões na temporada anterior.

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