Mercado desagrada produtores de café de São Paulo e do Espírito Santo

Por: Globo Rural


Edição
do dia 03/07/2011


03/07/2011 09h10 – Atualizado em 03/07/2011 09h10



No
Espírito Santo, produtores vendem o necessário para pagar despesas. 
Em
São Paulo, agricultores seguram o produto à espera de melhora no
peço.






Os
produtores de café estão insatisfeitos. Enquanto o mercado não melhora, alguns
consideram o café uma poupança e outros dizem que é melhor não esperar muito
para vender. Saiba como está a situação em São Paulo e no Espírito Santo.


Na
propriedade do agricultor Erildo Canal quase todo o café foi colhido. Ele vive
em São Gabriel da Palha, no Espírito Santo, e tem 400 mil pés de conilon. Os
grãos estão prontos para ir para o secador. Mas o produtor rural já decidiu que
esperará um pouco mais para vender o café. “O preço de R$ 200 não cobre o custo
de produção. O custo de produção na média empata”, calcula.


No
armazém da Cooabriel, a cooperativa de São Gabriel, os dias estão corridos.
Muitos produtores já começaram a entregar o produto. Na sede da cooperativa o
setor de comercialização é um dos lugares mais procurados. Quando abre o
mercado, o lugar fica bastante movimentado com produtores que querem vender as
sacas. Nos últimos dias, o preço não tem agradado.


A
dica é esperar um pouco mais para comercializar o café. “Vender só o necessário
para manter a atividade. A outra parte deixar porque o café serve de poupança
para o dia em que quiser a liquidez do seu negócio, tem um café para vender e
fazer o pagamento”, orienta José Colombi Filho, vice-presidente da
cooperativa.


A
propriedade onde o agricultor Gilmar Berlese cultiva café fica no município de
Brodosky, São Paulo, e está com a família há mais de um século. Na fazenda, ele
tem 120 mil pés do arábica e colherá mil sacas. Apesar do bom preço
comercializado, o agricultor já decidiu que não venderá nada por enquanto.


“Quem
consegue segurar o preço pra comercializar depois da safra, com certeza, terá
preços melhores”, avisa Berlese.


Em
outra fazenda da região, os 75 hectares cultivados pelo agricultor José Luís
Tomazela devem render duas mil sacas. Uma parte da produção já estava vendida no
mercado futuro. A outra ele pretende segurar para manter o negócio favorável aos
produtores. “Tem pouco produto, o que significa alta no mercado, alta no preço
do café”, justifica.


Nos
galpões da cooperativa é possível ver a diferença. No ano passado, o estoque
estava no limite máximo. Este ano, a expectativa é colher R$ 837 mil sacas.


“É
muito difícil pensar no futuro porque as variáveis climáticas e de preço são
muito grandes. Então dizer se vai subir ou vai cair é uma temeridade”, conclui
João Toledo, presidente da cooperativa.

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