ECONOMIA
24/01/2009
Mercado definirá divisão de R$ 5 bi para comercialização da safra
RIBEIRÃO PRETO – O comportamento do mercado de commodities agrícolas em 2009 irá balizar a divisão dos R$ 5 bilhões destinados pelo Governo federal para a comercialização da safra 2008/2009, de acordo com o ministro Reinhold Stephanes, da Agricultura, para quem é impossível fixar um valor para cada produto agrícola, em virtude das constantes mudanças no cenário das commodities.
“Estava prevista uma quantidade para a comercialização da soja, mas se o preço do mercado seguir nesse nível não vai ser necessário. O milho reagiu nos últimos 30 dias, por isso não dá para fixar muito esses números com a possibilidade de mudanças grandes”, disse Stephanes.
De acordo com o Ministério da Agricultura, é provável, no entanto, que milho e algodão recebam mais recursos para comercialização na safra 2008/2009. Além disso, de acordo com Stephanes, a liberação do financiamento e os detalhes técnicos das operações de comercialização ainda são avaliados entre o seu ministério, o da Fazenda e o do Planejamento.
Stephanes afirmou que, em uma avaliação geral, o nível de emprego na agropecuária deve se manter em 2009. “No geral, o quadro não nos indica um desemprego maior, a não ser em questões pontuais”, disse o ministro. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho apontam que, em 2008, foram criados 18.232 empregos na agropecuária brasileira, alta de 1,22% sobre 2007. Em dezembro, no entanto, 134.487 vagas formais no setor foram fechadas.
Stephanes disse que o setor que efetivamente desempregou foi o da cana-de-açúcar, responsável por 60% dos cortes no mês passado. “Grande parte disso é por causa do fim da safra e também porque o setor, efetivamente, está apertado e enfrenta uma crise. E, quando há o aperto, diminuem os custos e acabam também demitindo”, afirmou o ministro. Além da cana, as áreas pontuais que deverão ter problemas de desemprego na agricultura serão na queda da produção do algodão, embora parte da área seja substituída por outros produtos, e no cultivo do café, que passa por dificuldade. Mas o Governo estuda como intervir, disse.