O mercado de cafés especiais tem apresentado uma taxa de crescimento em torno de 15 a 20 % por ano, no entanto, o volume ainda é pequeno e se resume a mercados restritos a alguns compradores que realmente pagam algum ágio pela qualidade, segundo Marcelo Vieira Pedroza, gerente de cafés especiais da Expocaccer – Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado Ltda.
Dependendo do caso, este ágio em relação aos cafés comuns, gira em torno de 5 – 6 cents/lb (US$ 6 – US$ 8/sc), mas ainda não existe essa garantia de acréscimo de preço para os cafés especiais em todas as negociações, de acordo com Pedroza. No entanto, é um mercado em ascensão e quem estiver preparado e, trabalhar voltado para qualidade independente do ágio que estiver recebendo imediatamente, levará vantagem no futuro. Além disso o produtor deve estar focado no processo de produção como um todo. Uma unidade de produção gerenciada profissionalmente é o primeiro passo para sentir os reais benefícios que tanto a qualidade quanto as certificações podem trazer para a fazenda, afirmou Pedroza.
Uma dos desafios para se produzir um café especial está na dificuldade de preservar a bebida durante o manejo após a colheita, pois a bebida já está pronta após a colheita e as interferências externas é que mantêm ou atrapalham o café na xícara. Além disso, a comercialização surge também como um gargalo, já que o mercado ainda é muito restrito a pequenos grupos de compradores e produtores.
Pedroza disse que existe uma demanda crescente também relacionada ao processo de produção sustentável, pois a preocupação com a segurança alimentar tem se tornado uma constante no meio. Através de certificações que atestam esta produção responsável, o produtor pode “vender” sua produção e sua propriedade como uma unidade de produção que cumpre estes requisitos e está inserida neste crescente mercado global, que é o reflexo da preocupação, principalmente do consumidor, quanto às questões sociais-ambientais-financeiras que envolvem o produto que ele está comprando nas gôndolas de algum supermercado pelo mundo.
Rodrigo Cascalles, equipe caféPoint