MERCADO: Café tem terça-feira de quedas no Brasil com forte baixa em NY
O mercado físico brasileiro de café apresentou preços mais baixos nesta terça-feira, pressionados pela forte queda do arábica na Bolsa de Nova York. A alta do dólar contribuiu para limitar os declínios. No começo do dia o mercado até teve alguma movimentação melhor, mas a partir das perdas externas acentuadas os vendedores se afastaram e os compradores também se retraíram, naturalmente.
No sul de Minas Gerais, o café arábica bebida boa ficou a R$ 485,00/495,00 por saca para a safra 2014/15, contra R$ 495,00/500,00 de ontem. No cerrado mineiro, o preço ficou entre R$ 490,00/500,00 por saca, contra R$ 500,00/505,00
anteriormente.
Já o café arábica “rio” tipo 7 na Zona da Mata de Minas Gerais teve preço de R$ 310,00/320,00, contra R$ 315,00/320,00 de ontem. O conilon tipo 7 em Vitória, Espírito Santo, teve preço de R$ 295,00/300,00 a saca, estável.
Nova York
A Bolsa de Mercadorias de Nova York (Ice Futures US) para o café arábica encerrou as operações da terça-feira com preços acentuadamente mais baixos. As cotações despencaram no dia diante de uma combinação de fatores baixistas, incluindo técnicos e fundamentais.
Depois das altas da semana passada, o mercado ficou à mercê de uma correção técnica, com realização de lucros, e isso foi visto fortemente no dia. As cotações na baixa romperam a importante linha psicológica e técnica de 160 centavos de dólar por libra-peso, e a bolsa fechou com os patamares mais baixos desde 18 de fevereiro de 2014. Foi ainda a maior perda em um dia desde 20 de novembro do ano passado.
Afora isso, indicações de chuvas benéficas no cinturão cafeeiro do Brasil e novidades da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé) pressionaram NY. O presidente da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), Carlos Paulino, não confirmou os dados de uma notícia de uma agência internacional apontando redução na estimativa daCooxupé em 14% na safra de 2015. Segundo ele, isso não corresponde aos dados oficiais da instituição. Isso atenuou um pouco as preocupações do mercado.
A valorização do dólar contra o real no Brasil foi outro fator baixista. Isso traz ainda maior competitividade ao país nas exportações, que vêm muito sólidas neste começo de ano. O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) divulgou nesta segunda-feira o balanço das exportações de janeiro, apontando um volume embarcado pelo país no total de 2,969 milhões de sacas, com aumento de 6,8% contra janeiro de 2014.
Os contratos com entrega em março/2015 fecharam o dia a 159,40 centavos de dólar por libra-peso, com queda de 8,20 centavos, ou de 4,9%. Maio/2015 fechou a 162,25 cents, baixa de 8,15 centavos, ou de -4,8%.
Câmbio
O dólar comercial encerrou as negociações de hoje com alta de 2,08%, cotado a R$ 2,8340 na compra e a R$ 2,8360 na venda. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 2,7790 e a máxima de R$ 2,8400.