Agrolink – 27/01/2014
As perdas de patentes da Nespresso movimentam o mercado. Apenas 0,6% dos lares brasileiros têm máquina para cápsula, mas potencial é grande
A temperatura do mercado brasileiro de café em cápsula promete subir. As empresas aproveitam o espaço deixado por perdas de patentes da Nespresso para movimentar o setor. A tendência do mercado é de inovação e preços mais baixos. Segundo o diretor executivo da associação Brasileira das Indústrias de Café (Abic), Nathan Herszkowicz, o potencial de crescimento é grande.
“Apesar de estarem em apenas 0,6% dos lares brasileiros, as cápsulas tem enorme potencial de crescimento”, revela. Para Herszkowicz, o consumo em monodoses, ou doses únicas, principalmente em cápsulas, tem valor agregado elevado, “pela praticidade, qualidade e conveniência”.
E a Nespresso quer se manter referência nesse mercado. A fabricante de cafés, controlada pelo grupo suíço Nestlé, traz para o Brasil novos produtos. Uma das novidades é o Bukeela Ka Ethiopia, com ingredientes etíopes, lugar da origem do café no mundo, e que será lançado oficialmente no País amanhã.
“O segmento de café porcionado, no qual fomos pioneiros há 27 anos, é um mercado crescente e dinâmico. Demonstramos uma sólida taxa de crescimento nos últimos anos. Estamos bem posicionados para continuar como referência”, ressalta a gerente de relações públicas da Nespresso Brasil, Christiane Nunes. Ela admite que a empresa possui concorrentes, mas adverte: “acreditamos na concorrência justa, que, de fato, não é nova para nós”.
Os lançamentos da Nespresso devem bater de frente com outras novidades em cápsulas, como as do Grupo 3corações, que já apresentou as máquinas da nova solução multibebidas da marca TRES.
São três máquinas, com 17 tipos de cápsulas. De acordo com o diretor executivo do grupo, Pedro Lima, o produto foi criado para que o consumidor tivesse opções. “É um equipamento que oferece excelentes opções de cafés expressos e filtrados e outras bebidas, como chás e chocolates, em uma só máquina”.
Ele informa que, por enquanto, a produção é feita na Itália e que as cápsulas são importadas. “Não existe previsão de fazer esta produção (no Brasil), apesar da venda de máquinas ser bastante estratégica”. A meta da empresa é chegar a 100 mil máquinas vendidas em 2014.
No mercado brasileiro também já existem o café em cápsula da Master Blender (dona do Café Pilão), a Utam (com a marca Uno) e o Seleto Dom, segundo o analista de mercado da consultoria Nielsen, Marden Silva Soares. Na opinião dele, mesmo com a concorrência, os preços das cápsulas não devem baixar a curto ou médio prazo. “Acredito que as grandes marcas vão continuar liderando o mercado”, aposta.
Segundo a Nielsen, o volume de cápsulas de café comercializadas no País cresceu 46,5% de 2012 a 2013, enquanto em valor, o aumento foi de 36,5% no mesmo período. Ainda segundo o estudo, as cápsulas têm baixa penetração nos lares brasileiros, ocupando apenas 0,6% (276 mil lares) e se concentram nas classes A e B e nas regiões Sul e Sudeste.