Mercado alavanca o faturamento da Cooxupé Preços favorecem os negócios.
Mercado alavanca o faturamento da Cooxupé Preços favorecem os negócios.
MICHELLE VALVERDE.
ALISSON J. SILVA
Saca de café de 60 kg, com preço médio de R$ 300, gera lucro para cafeicultores
A alta registrada nos preços do café está favorecendo os negócios da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé Ltda (Cooxupé), no Sul de Minas Gerais. O faturamento da cooperativa apresentou incremento próximo a 15% entre julho e setembro. A expectativa é encerrar o exercício atual com receita entre R$ 1,8 bilhão e R$ 2 bilhões, o que representará um aumento em torno de 20% frente ao valor gerado no ano passado.
Para o presidente da instituição, Carlos Alberto Paulino da Costa, a tendência para o café é de manutenção dos preços nos patamares atuais, que já são suficientes para cobrir os custos de produção e gerar lucro aos cafeicultores.
De acordo com Costa, a saca de café de 60 quilos está cotada entre R$ 300 e R$ 310. O valor pode ser superado em casos específicos como dos cafés especiais. Neste caso o preço pode chegar a R$ 360.
A valorização do café é considerada como essencial para o presidente da Cooxupé, que ressaltou que no ano passado o valor da saca variou de R$ 250 a R$ 260 o que comprometeu os investimentos nos tratos culturais dos cafezais.
Para este ano também está prevista a conclusão da primeira etapa das obras de expansão dos armazéns da cooperativa. Ao todo serão investidos R$ 50 milhões na construção de novas unidades de armazenamento e de preparação dos grãos.
A obra deverá ser concluída em maio de 2011. A primeira parte das intervenções deve ficar pronta entre o final de outubro e início de novembro. O investimento na construção de galpões foi de R$ 30 milhões e irá ampliar em 30% a capacidade de armazenagem da cooperativa, que atualmente é de 3,5 milhões de sacas.
Exportação – No ano passado, a Cooxupé comercializou em torno de 4,5 milhões de sacas de café. Para este exercício, a previsão é vender cerca 5 milhões de sacas. \”Em 2009, o principal problema enfrentado foi o preço baixo. Se o mercado continuar no ritmo atual, tenho certeza que vamos ampliar o volume comercializado e também o faturamento\”, explicou.
Cerca de 20% da produção da cooperativa é direcionada para o mercado doméstico e de 40% a 50% é exportada diretamente pela Cooxupé. \”O restante é vendido para diversos exportadores\”, disse. A cooperativa vende para 15 países, com destaque para Estados Unidos, Itália e Alemanha.
As exportações mineiras de café estão em alta. O valor alcançado com os embarques estaduais do grão, até agosto de 2010, foi de US$ 2,2 bilhões, 26,3% superior ao registrado no mesmo período de 2009.
O preço médio do produto aumentou significativamente, pois atingiu cerca de US$ 2,716 mil a tonelada, cotação 19,4% maior que a registrada no mesmo período do ano anterior. Ao todo foram embarcadas 821,9 mil toneladas, contra 778 mil toneladas contabilizadas em igual período de 2009.
A alta dos preços foi promovida pela redução da safra da Colômbia devido às condições climáticas desfavoráveis, o que diminuiu a oferta mundial do produto. O recuo da oferta foi essencial para incrementar as cotações do grão colhido no Estado.
Consumo – O aumento do consumo mundial do café também irá contribuir para a sustentação dos preços ao longo da próxima safra que será menor devido à bienalidade negativa do grão. O consumo cresce cerca de 5% ao ano. Além disso, a escassez registrada nas regiões produtoras no período da florada também poderá interferir para que a que redução seja ainda maior.
\”Ainda não temos como calcular em quanto será a redução da safra do café para a próxima safra. Mas caso as chuvas não sejam regulares em outubro devido ao fenômeno La Ni¤a, poderemos enfrentar problemas com a formação dos grãos e a conseqüência será uma queda mais elevada\”, observou.
De acordo com Costa, a matriz da cooperativa está em Guaxupé e ainda há um escritório em Santos (SP) e mais 16 filiais espalhadas pelo país. A Cooxupé tem atualmente cerca de 11,5 mil cooperados.