Mensagem da BM&F ao Coffee Dinner do CeCafé destaca contribuição do mercado para aumento de liquidez dos contratos

O presidente em exercício da BM&F, André Freitas, encaminhou ao Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, CeCafé, mensagem em nome do Presidente Manoel Felix Cintra Neto, um dos homenageados durante o segundo encontro Fórum & Coffee Dinner, realizado no dia 30 de maio de 2007.

“O hedge contra o risco das commodities e das moedas é hoje uma exigência universal – disse André Freitas. – Nesse ‘mundo plano’, liquidez e bons instrumentos de hedge em bolsas locais são indispensáveis para atrair e fixar capitais”, disse. O presidente em exercício ressaltou que a BM&F está entre as cinco maiores bolsas de futuros do mundo no ranking da Futures Industry Association. “O mérito é de todos vocês, os que contribuíram para construir este mercado”, disse.

Cintra Neto foi homenageado pelo CeCafé em reconhecimento à contribuição da BM&F para o desenvolvimento do mercado dessa commodity no Brasil. André Freitas, na condição de presidente em exercício, representou Cintra Neto (que está em Nova Iorque, onde recebeu o título de Person of the Year da Câmara Americana e Brasileira) durante o evento e foi convidado, também, a falar em nome de todos os demais homenageados. Freitas, que preside a Câmara de Café da BM&F, agradeceu ao Cecafé pela oportunidade e destacou o interesse da Bolsa em apoiar iniciativas que contribuem para reforçar a imagem do produto brasileiro em todos os elos da cadeia do negócio: pesquisa, produção, comercialização, brokeragem, industrialização e exportação. Além disso, destacou a importância da utilização do hedge.
 

Veja abaixo a mensagem do Presidente em Exercício da BM&F, André Freitas
 

Mensagem do Presidente em Exercício da BM&F, André Freitas
EVENTO CECAFÉ
 
 
Autoridades, senhoras, senhores,

É com grande satisfação que participo deste 2º Coffee Dinner, organizado em nível de excelência pelo CECAFÉ. É com satisfação também que represento, na condição de presidente em exercício, Manoel Felix Cintra Neto, presidente do Conselho de Administração da Bolsa de Mercadorias & Futuros, a BM&F. Manoel viajou para Nova Iorque, onde recebeu o título de Person of the Year da Câmara Americana e Brasileira.

Aproveito esta oportunidade para agradecer ao CECAFÉ, em nome de todos os homenageados desta noite, pelo gesto e a iniciativa que tanto nos honram. Registro, também, o enorme sucesso do Coffee Dinner, já instalado definitivamente no calendário dos eventos do setor.

Em nome da BM&F quero destacar nosso interesse em apoiar iniciativas que contribuem para reforçar a imagem do café brasileiro em todos os elos da commodity: pesquisa, produção, comercialização, brokeragem, industrialização, exportação. Ao discursar como Person of the Year, Manoel Felix transferiu parte dos méritos do prêmio que recebeu aos construtores do mercado brasileiro de commodities. Repito essa mesma mensagem.

O mundo em que vivemos caracteriza-se pelo aumento vertiginoso dos derivativos e a razão é simples: o câmbio e a fixação dos preços das commodities são cada vez mais vulneráveis a riscos que se espalham globalmente. Novos atores, como a China, Índia, Rússia e outros países emergentes geram preços, usam moedas diferentes e fecham câmbio disparando sinais em plataformas eletrônicas globais.

O PIB chinês, por exemplo, não passa da soma dos PIBs dos estados norte-americanos da Califórnia e de Nova Iorque. Mas todos querem saber se os chineses vão ou não comprar mais alimentos, pois têm uma população que equivale a cerca de 1/5 da população mundial. Todos também querem saber se o yuan vai ou não flutuar, porque a China construiu uma reserva bilionária em dólares, ou se os russos vão vender mais petróleo aos europeus. O hedge contra o risco das commodities e das moedas é hoje uma exigência universal.

Nesse “mundo plano”, liquidez e bons instrumentos de hedge em bolsas locais são indispensáveis para atrair e fixar capitais. A proximidade do investment grade trará novos investidores para o Brasil e todos vão querer saber se temos aqui os mesmos instrumentos de administração de riscos existentes em Chicago, Nova Iorque, Cingapura, Londres, Dalian, Xangai, Tóquio ou Frankfurt. A BM&F ocupou esse espaço, posicionando o Brasil no ranking da Futures Industry Association entre as cinco maiores bolsas de futuros do mundo. O mérito é de todos vocês, os que contribuíram para construir esse mercado.

Quero, portanto, me congratular com os produtores, torrefações, brokers, dealers e todos os participantes da cadeia do café pelos resultados que estamos alcançando. No dia 25 de maio tivemos um recorde de contratos em aberto de café: 31.751. Em maio (até 28/5) o volume do mercado futuro ficou 63,2% acima de maio de 2006. No quadrimestre janeiro/maio de 2007, o crescimento foi de 26,4% em relação ao mesmo quadrimestre de 2006.

O volume financeiro do café em 2006 foi de US$7 bilhões e, nos 5 meses de 2007, US$3,6 bilhões. A média diária neste ano é de 2.546 contratos, contra 2.168 no ano passado. O café tem todos os tipos de participantes na Bolsa: pessoa jurídica financeira, com 9% dos contratos em aberto na compra e 15% na venda. Investidores não residentes, com 30% na compra e 29% na venda. Pessoas jurídicas não financeiras, 50% na compra e 43% na venda. Pessoa física 10% na compra e 4% na venda.

Para concluir, repito também as palavras finais de Manoel Felix proferidas quando recebeu o título de Homem do Ano (Person of the Year): o desenvolvimento da liquidez em bolsas regionais não deve ser visto como uma concorrência com outros centros internacionais de negociação de derivativos, mas sim como uma janela de oportunidade para o aperfeiçoamento do gerenciamento global de riscos, em sintonia fina com a realidade do mercado local. Devemos usar mais o café como alavanca para aumentar o hedge em produtos do agronegócio no Brasil.

Temos fé no espírito empreendedor tão bem espelhado pelo CECAFÉ.

Vamos dar as mãos e crescer juntos.