Melitta compra a Café Bom Jesus

17 de janeiro de 2006 | Sem comentários Consumo Torrefação








Melitta compra
a Café Bom Jesus
Caxias do Sul
(RS), 17 de Janeiro de 2006 – Fontes do mercado indicam negócio de R$ 15 milhões
na compra da empresa do interior do RS. A direção da Melitta do Brasil, anunciou
ontem em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, a aquisição do controle da Café Bom
Jesus, com matriz na cidade gaúcha do mesmo nome, próxima a divisa com o Estado
de Santa Catarina, com foco na torrefação, moagem, comercialização, importação e
exportação de café.
O valor do negócio não revelado pelas partes, mas de acordo com fontes do
mercado, a operação é estimada em uma cifra ao redor dos R$ 15 milhões.


O presidente da Melitta do Brasil, Bernardo Wolfson, deu a notícia
apenas seis horas após assumir o controle da nova empresa. Ele não informa a
capacidade instalada, mas diz que ela opera com um turno e tem 70 funcionários.
“Vamos manter a marca e os produtos Bom Jesus por mais algum tempo no mercado”,
revelou, acrescentando que o primeiro ano será de conhecimento e análise para
eventuais investimentos futuros na planta.

Com participação de 7,7% no
mercado gaúcho e 40 anos de atuação, o Café Bom Jesus buscava um comprador havia
um ano que se alinhasse aos conceitos da família Rocha, fundadora da empresa em
1963. “A escolha teria que ser de uma empresa alinhada com a nossa, de base
familiar, focada na inovação e pesquisa, respeito pelos colaboradores e
consumidores”, disse o empresário Antonio Irineu da Rocha.


Faturamento
O negócio não envolve a selecionadora e
processadora de grãos da Bom Jesus em Minas Gerais, que será transformada em
empresa e será administrada pela família Rocha. No ano passado, a empresa gaúcha
registrou faturamento de R$ 25 milhões. “A negociação foi bem analisada,
discutida e aceita internamente pela família”, diz Antonio Rocha.

A
Melitta do Brasil obteve no ano passado receitas totais de R$ 370 milhões,
representando crescimento de 27% sobre o ano anterior. O presidente da empresa,
Bernardo Wolfson, não revela projeções de crescimento a partir da nova
aquisição, mas torce para que em 2006 continue com dois dígitos. “Vamos levar um
tempo para conhecer e entender a nova empresa. A visão é expandir o portfólio de
café para mais e mais lares
em todo o País”, comentou ele, sem, no entanto, revelar valores de
investimentos.

Disse apenas que no triênio encerrado o ano passado, a
Melitta investiu R$ 75 milhões em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D),
marketing, em Pontos de Venda (PDV) e ativos. O Brasil, de acordo com o
empresário, é o segundo melhor mercado para a Melitta depois da Alemanha.


No exercício de 2004 o grupo de origem alemão (foi fundada em 1908, na
cidade de Desdém), registrou faturamento de € 1 bilhão. Presente em mais de 60
países, a Melitta possui atualmente, 3,5 mil funcionários, 470 deles no Brasil
(não contam os 70 do Café Bom Jesus).

No Brasil desde 1968, a Melitta é
líder no segmento de cafés embalados a vácuo, com 34% de “market share” e
segunda marca nacional entre os cafés torrados e moídos, segundo a A/C Nielsen. “Estou
bastante otimista com a união das duas marcas. Acredito que o sucesso delas está
garantido por muitos e muitos anos”, disse Wolfson.

Citando dados da
Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), o empresário Antonio Rocha
disse que consumo de café no Brasil
teve um crescimento de 15% o ano passado, e que o consumo per capita nos últimos
cinco anos tem experimentado um salto significativo, situando-se hoje em quatro
quilos per capita ano. “Em 2005, foram processadas 15,8 milhões de sacas de 60
quilos cada”, disse Rocha.

kicker: Com participação de 7,7% no mercado
local e 40 anos de atuação, Café Bom Jesus buscava comprador havia um ano


(Gazeta Mercantil/Gazeta do Brasil – Pág. 13)(Guilherme Arruda)

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