Medo com Dubai enfraquece e café tem só ligeira baixa em Nova York

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US tiveram ligeira retração nesta sexta-feira, após terem atingido perdas significativas ao longo da manhã, com vendas especulativas sendo processadas na esteira do dólar em alta. A sessão foi relativamente esvaziada e se encerrou mais cedo, às 13 horas locais, devido ao feriado de ação de graças.

No encerramento do dia, o dezembro apresentou perda de 85 pontos, com 137,95 centavos de dólar por libra peso, com a mínima em 134,00 e a máxima em 138,00 centavos por libra, com o março aferindo uma alta final de 85 pontos, com a libra a 138,05, sendo a máxima em 138,50 e a mínima em 134,00 centavos de dólar. Na Euronext/Liffe, a posição janeiro teve alta de 1 dólar, com 1.332 dólares por tonelada, ao passo que o março apresentou valorização da ordem de 3 dólares, com 1.371 dólares por tonelada.

Os preços conseguiram recobrar-se das perdas iniciais da sessão provocadas, principalmente, pelas incertezas vindas dos problemas de dívidas em Dubai, sendo que muitos operadores, ao longo do dia, se deram conta que as ocorrências naquela região árabe não deverá trazer implicações relevantes para o sistema financeiro global. “Pela manhã, a sensação era que estávamos novamente à beira do precipício, no entanto, no decorrer do dia verificamos que o monstro não era tão grande assim”, disse James Cordier, analista e fundador da OptionSellers.com.

Os fundos especulativos efetuaram vendas no início do dia ao sabor das notícias negativas, o que atingiu as commodities com perdas mais relevantes. No entanto, as quedas se minimizaram e as perdas do dia estiveram mais relacionadas ao dólar, sendo que alguns operadores preferem ficar comprados na moeda norte-americana e vendidos com suas posições em mercado de commodities. “O café está sujeito a esses fluxos e refluxos com as operações de dólar e isso fica mais intenso em períodos como o atual”, complementou Cordier.

Traders continuam analisando a situação de safra fraca da Colômbia, maior produtor mundial de café lavado suave, segundo apontou um broker. O país também vem travando uma batalha contra a broca, sendo que a Federacafe (Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia) aponta que esse é o pior surto da praga em toda a história. Os produtores se mostram assustados com o nível de infestação, que poderá limitar ainda mais a já tímida safra, que foi estimada em 8,3 milhões de sacas em 2009. Anteriormente, a Federação já havia diminuído sua estimativa inicial de produção para o ano, que era de 12,1 milhões de sacas. A broca é um pequeno inseto que causa danos aos grãos de café e que faz com que a qualidade caia ou o produto seja até mesmo inutilizado. Em algumas zonas da Colômbia foram reportados níveis de infestação de mais de 38%, sendo que os níveis normalmente verificados ficam entre 1% e 2%.

Tecnicamente, o março na ICE ainda pode tocar sua primeira grande resistência, em 139,20 centavos e 139,85 centavos, disse um broker, o que abriria espaço para testar os 140,00 centavos. No suporte, por sua vez, o mercado chegou a romper a média móvel de 100 dias, em 134,50 e 134,00, mas tem um double-bottom na área de 133,05 centavos.

As exportações de café do Brasil em novembro, até o dia 26, somaram 1.745.327 sacas, contra 1.567.056 sacas do mesmo período de outubro, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram aumento de 1.487 sacas, indo para 3,178 milhões de sacas. Os contratos em aberto na bolsa nova-iorquina caíram 1.588 lotes, totalizando 105.917.

O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 15.215 lotes, com as opções tendo 832 calls e 929 puts. O março na ICE Futures US tem suporte em 134,00, 133,85, 133,60-133,50, 133,30, 133,15, 133,00 e 132,80 centavos de dólar por libra peso, com a resistência em 138,50, 138,70, 138,90-139,00, 139,20, 139,35, 139,50, 139,65, 139,85 e 140,00 centavos por libra.