Pelo segundo ano consecutivo, o índice que afere a extensão da área desmatada no Estado de Mato Grosso sofreu queda, porém, este ano ela foi mais significativa. A informação é do Assessor Especial da Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (SEMA-MT), Salaniel Alves de Araújo. De acordo com o técnico, “o índice de queda surpreendeu a todos e o mais importante é que alguns fatores revelados no relatório de análise já indicam uma queda ainda mais acentuada para 2006”, afirmou. Segundo Salatiel, as aferições realizadas pela equipe técnica do órgão ocorrem entre os meses de junho de um ano a julho do ano seguinte e envolvem imagens de satélite, confronto de dados internos e de outros órgãos governamentais.
Ele informou que dos 900 mil quilômetros quadrados do território do Estado, em 2003, o índice de área desmatada, comparado a 2002 foi de 2,06%. Em 2004 houve uma redução de 0,05% da área desmatada quando foi registrado o índice de 2,01. Neste ano, os dados do relatório apresentado indicaram uma queda de 0,30% com um índice de desmate abaixo dos 2% de área chegando apenas a 1,71% do território mato-grossense.
Salatiel observou que desde quando assumiu as atribuições do Ibama para ações que regulamentam este setor, a Sema – MT tem se modernizado para realizar o trabalho, diminuindo, por exemplo, a periodicidade do sistema de monitoramento de focos de calor que antes era semestral e passou a ser gerado mensalmente.
Para o secretário de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso, Marcos Machado, um dos fatores que mais contribuiu para a redução da área desmatada em todo o Estado foi a redução da atividade agrícola e pecuária, em função do equilíbrio do preço da soja no mercado e com a redução do preço da carne. Um outro fator revelado nos dados técnicos da SEMA-MT e apontado pelo secretário como causador da queda foi “o desencadeamento da operação Curupira pela Polícia Federal que, além de descobrir esquemas de corrupção e desativar quadrilhas de falsários, desestimulou a prática dessas ações ilícitas”, enfatizou.
Na opinião de Marcos Machado, esses dois fatores somados ao papel efetivo do Governo do Estado com a realização de operações regulares da Sema-MT, ampliação de seu quadro de pessoal, o investimento em campanhas publicitárias de orientação e conscientização e a parceria do órgão com o Ministério Público Estadual e a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural foram os principais elementos que colaboraram com a queda do desmate.
O secretário acrescentou ainda que as campanhas de mídia contra as queimadas e a ampla divulgação sobre a fiscalização mais eficiente do sistema de monitoramento via satélite conscientizaram e também inibiram os desmatamentos. “O desenvolvimento de um programa interno da Sema-MT que objetiva tirar da ilegalidade os que trabalham com a atividade é recente, mas também tem dado bons resultados”, assinalou.