fonte: Cepea

Marcas de café vão reajustar preços em abril

Novas altas esperadas nas bolsas internacionais deve ser repassada para o grão

31 de março de 2025 | Sem comentários Comércio Consumo

Por Globo Rural

Marcas globais de café, desde as grandes, como Starbucks, até as cafeterias do modelo ‘low cost’, ou baixo preço, irão aplicar reajustes nos preços de produtos à base do grão a partir de amanhã. Em abril, os preços das bebidas de café deverão custar mais devido ao aumento dos custos de produção.

Para abril, os preços do café nas bolsas internacionais devem seguir “firmes” com tendência de alta, conforme indicam analistas do Itaú BBA, braço de agro da instituição financeira. É esse o fundamento que norteia as negociações e faz com que a indústria precise desembolsar mais para adquirir café verde ou café torrado e moído de origens produtoras.

Segundo a agência de notícias da Coreia do Sul, Yonhap, a Compose Coffee e The Venti, que são marcas de baixo custo, — aumentaram em seis vezes o valor do café gelado tipo ‘americano’ – com menos cafeína. O cliente que pagava 300 wons (US$ 0,20), passará a desembolsar 1800 wons (US$ 1,20).

Outras marcas deverão fazer os reajustes na segunda e terceira semana de abril, como é o caso da multinacional Mega MGC Coffee, cujos rejustes serão de quase cinco vezes mais o preço atual a partir de 21 de abril.

O aumento foi inevitável, segundo as empresas relataram a Yonhap, por causa do custo do café verde, que é importado de diversos países produtores, como o Vietnã e o Brasil. Grandes marcas de café, como Starbucks Coffee, Paul Bassett e a Twosome Place, já aumentaram os preços de seus produtos pelos mesmos motivos.

Em janeiro, a Starbucks Korea aumentou os preços de 22 tipos de café e outras bebidas na Coreia do Sul e em outros países onde possui a franquia.

Para analistas do Itaú BBA, o preço do outro lado do Oceano é só um exemplo do que já vem acontecendo desde o ano passado no Brasil, nos Estados Unidos em países europeus, onde os reajustes de café superaram 40%, em média, nas gôndolas de supermercado. A safra no Brasil é uma das razões cruciais para a subida recorde das cotações da commodity e os reflexos diretos no custo da matéria-prima para toda a cadeia.

“O clima quente e seco predominou sobre as lavouras de café arábica e robusta no Brasil entre fevereiro e a primeira quinzena de março, impactando o enchimento dos grãos e dificultando as adubações”, destaca o relatório do Itaú BBA divulgado nesta segunda-feira, apesar de haver previsão de chuvas nos próximos dias.

As preocupações com o rendimento da safra são iminentes, porque grãos menores são uma consequência quase que impossível de frear. Isso prejudica o rendimento das sacas, além de afetar a qualidade do grão. Entretanto, os preços não devem diminuir pela perda de qualidade, pois a oferta restrita aperta mais as negociações e faz com que indústrias aceitem pagar mais para ter acesso ao grão.

Os preços do café arábica na Bolsa de Nova York (NY) mantiveram tendência de alta entre o início de fevereiro, quando estavam em USD 3,78 a libra-peso, e 19 de março, alcançando USD 3,95 a libra-peso, um avanço de 4,4% no período.

Em reais, o crescimento foi mais modesto, de 0,8%, reflexo da desvalorização do dólar, expõe o relatório do banco.

Preços devem seguir altos
A escassa disponibilidade de café remanescente da safra 2024/25, concentrada nas mãos de produtores financeiramente sólidos, sugere que os preços devem seguir sustentados no curto prazo.

A incerteza climática tem reduzido a oferta por parte dos produtores, especialmente diante do elevado diferencial de preços entre o Brasil e Nova York, que atualmente coloca o mercado doméstico como mais atrativo do que o estrangeiro. Isso pode atrapalhar as exportações, mas analistas ainda são cautelosos em arriscar o quanto.

Para a safra 2025/26, as projeções apontam um aperto na relação entre produção e consumo global. “No entanto, se o crescimento da demanda ficar abaixo da expectativa de 3% – algo plausível devido à alta dos preços –, o déficit inicialmente previsto pode dar lugar a um superávit de 3 milhões de sacas, ainda assim menor do que o registrado no ciclo atual”, informou o Itaú BBA.

No varejo brasileiro, os pacotes de café tradicional continuam com preços acima de R$ 35 o quilo, mas os aumentos parecem travados, pois há menor volume de produtos e disponibilidade de marcas diferenciadas, como os de café premium e especial, conforme alertou um gerente de supermercado de São Paulo.

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