CERRADO / 22/02/2008
Está
chegando ao mercado um sistema totalmente ecológico que erradica plantas
invasoras por eletrocussão sem causar danos ao solo, à lavoura ou ao meio
ambiente. O Eletroherb foi desenvolvido pela Sayyou Brasil, empresa de
equipamentos industriais agrícolas de São Bernardo do Campo (SP).
O Eletroherb está sendo demonstrado durante este mês em plantações de café
nos municípios de Patrocínio e Pato de Minas (MG), onde estão alguns dos
produtores que integram a Associação de Cafeicultores do Cerrado de Minas
Gerais. A região é pólo nacional de comercialização de café especial e órgão
certificador de produção sustentável.
As demonstrações em campo nas fazendas da Fundação Procafé, em Varginha (MG),
realizadas em janeiro, marcaram o lançamento do equiapemtno no mercado
brasileiro, inicialmente, com foco nas lavouras de café, porém, os aplicadores
são adaptáveis para soja e citros, e a Sayyou projeta redimensionar o
equipamento para aplicação em outras culturas, conforme demanda do mercado.
Os choques de alta voltagem atingem o sistema radicular das plantas e alteram
sua fisiologia de forma irreversível. Com isso, perdem a capacidade de absorver
água, oxigênio e nutrientes e morrem em poucos dias.
A descarga elétrica interrompe a fotossíntese da planta, portanto, a chuva
não tem nenhuma atuação neste processo, opostamente ao que ocorre na aplicação
de herbicidas. Em contrapartida, a aplicação do Eletroherb se faz necessária
entre duas e três vezes no ano, apresentando a mesma freqüência de aplicação do
herbicida.
Uma das variáveis competitivas do novo equipamento com relação aos herbicidas
é que o controle por eletrocussão não é seletivo – tanto as plantas de folhas
largas quanto as de estreitas, anuais ou perenes, são atingidas. Já os
herbicidas, em sua maioria, são seletivos.
Vantagens
A vantagem do Eletroherb sobre as formas
convencionais de controle de invasoras é a preservação do meio ambiente. O
método elimina o uso de produtos químicos, não deixa resíduo algum no solo, não
polui os mananciais, não traz riscos de contaminação a humanos ou animais, não
gera deriva e mantém a cobertura orgânica sobre o solo.
O resultado dos estudos com o novo equipamento vem atraindo o interesse dos
produtores devido à competitividade, uma vez que substitui em escala a capina
manual e a aplicação de herbicidas. Comparando o custo nas plantações de café,
nota-se que o uso do equipamento tem um custo operacional de R$ 23,31 por
hectare, em lavouras adultas, o do herbicida sobe para 45,29, por hectare.
Nos cafezais jovens, que exigem também o trato embaixo dos troncos, onde não
pode haver altas dosagens de herbicida para não comprometer a planta, o custo
com o Eletroherb se mantém em R$ 23,21 por hectare e o custo do herbicida sobe
para R$ 60,39 por hectare.
Nas lavouras de citros, o custo do novo sistema fecha em R$ 50 por hectare
contra o custo da aplicação do herbicida, que é de R$ 58 por hectare.
Em comparação à capina manual de soja, que soma custos de R$ 333 por hectare,
em média, o custo da aplicação do Eletroherb cai para R$ 41,50 por hectare, uma
economia de R$ 291,50 por hectare, mais de 87% de redução de custo.
Alysson de Lela Fagundes, engenheiro agrônomo com mestrado em fitotecnia pela
Ufla – Universidade Federal de Lavras (MG) – e pesquisador da Fundação Procafé,
acompanhou de perto o Eletroherb em ação. Ele comenta que “os testes deram bons
resultados, principalmente com relação ao controle da Trapoeiraba, que é muito
difícil de matar. Nem o Glifosato tem bom efeito nela, só com doses muito altas
de aplicação”.
Ele lembra que o custo para aquisição da máquina é mais acessível aos grandes
produtores rurais, pois o equipamento custa R$ 80 mil, para uso em cafezal, e R$
100 mil, para soja. “Eu acredito que ele é totalmente viável para lavouras de
café e praticamente não demanda manutenção”, frisa o pesquisador.
Mais informações: no site www.sayyou.com.br