20/05/2013
Máquina custa o triplo do que governo investe
Na Saúde e Educação, estrutura consome mais do que pastas têm para investir
LUIZA DAMÉ
luiza@bsb.oglobo.com.br
CATARINA ALENCASTRO
catarina@bsb.oglobo.com.br
BRASÍLIA- O governo federal vai gastar neste ano três vezes mais para manter a máquina pública em todo o país do que o total previsto no Orçamento Geral da União para investimentos. A manutenção dos 39 ministérios do governo Dilma Rousseff e de toda a engrenagem federal será de R$ 377,6 bilhões, enquanto o montante previsto para investimentos é de R$ 108,7 bilhões. Nestes primeiros cinco meses, a União já desembolsou R$ 111,7 bilhões com a folha de funcionários civis e militares ativos, a compra de material de consumo dos ministérios e a contratação de serviços como água, luz, aluguel, transporte e hospedagem — as chamadas despesas de custeio. No item investimentos, foi pago R$ 1,5 bilhão.
Os dados fazem parte de um levantamento realizado pela liderança do DEM no Senado, a pedido do GLOBO, no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), do governo federal. Se forem considerados os restos a pagar (recursos do Orçamento da União de 2012, mas que foram pagos este ano), o total do custeio desembolsado pula para R$ 120 bilhões. Os investimentos chegam a R$ 13,7 bilhões.
As despesas de custeio do Ministério da Agricultura, incluindo a Embrapa, a Conab e o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira, serão de R$ 5,4 bilhões, mas o total para investimentos da pasta é de R$ 1,4 bilhão. No Ministério da Educação, a manutenção da máquina, abrangendo a estrutura de Brasília, as universidades, as escolas federais, os hospitais universitários e os institutos técnicos, custará R$ 33,3 bilhões, enquanto o disponível para investimentos é R$ 16,3 bilhões. Na Saúde, o custeio representa mais do que o dobro dos investimentos previstos no Orçamento deste ano, um total de R$ 11,6 bilhões. A manutenção da máquina, baterá em R$ 23,3 bilhões.
Em compensação, os ministérios de Minas e Energia, da Integração Nacional, dos Transportes e das Cidades, responsáveis pela execução das maiores obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), vão investir R$ 45,2 bilhões, segundo a dotação prevista no Orçamento Geral da União de 2013. O custo da máquina pública das quatro pastas será de R$ 15,8 bilhões.