O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) prorrogou por mais um ano a declaração de estado de emergência fitossanitária em Minas Gerais por conta da infestação de broca-de-café (Hypothenemus hampei), besouro cuja lagarta se alimenta das sementes de café. A decisão foi publicada na edição de hoje, dia 19, do Diário Oficial da União.
A medida permitirá que os produtores continuem importando agroquímicos que combatem a praga, principalmente aqueles baseados em Ciantraniliprole, de baixa toxidade, já registrados nos Estados Unidos, na União Europeia (UE), no Canadá e no Japão.
Inicialmente promulgada em 12 de março de 2014, a portaria que declara estado de emergência fitossanitária em Minas Gerais alerta para o risco “iminente de surto” da broca-de-café no estado, devido à grande capacidade de proliferação da praga e a baixa capacidade de resposta disponível na ocasião, pela falta de produtos para manejar o problema.
À época, os produtores buscavam novas formas de controlar a situação, uma vez que o agroquímico Endosulfan, bastante eficaz no combate à praga foi banido do mercado em 2010 por ser altamente tóxico. Entre os produtos autorizados para o combate está o Clorpirifos, que segundo os cafeicultores possui eficiência de até 60%.
A broca-do-café ataca no período de novembro a abril, do fruto verde ao seco, aparecendo na lavoura principalmente por colheitas mal realizadas em safras anteriores. O ataque ocorre na fase de granação e maturação. A lagarta se instala no interior do grão e prejudica a qualidade da bebida. Um em cada cinco frutos atacados pela praga apresenta defeito. Em uma saca de 60 quilos de café beneficiados, a perda pode chegar a 20%.