Forte estiagem e inversão da bienalidade em algumas regiões foram fatores determinantes para reduzir a produção
Brasília (17/9/2014) – A produção de café no Brasil neste ano pode chegar a 45,1 milhões de sacas de 60 Kg de café beneficiado (arábica e conilon), segundo 3º levantamento da safra 2014, divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na terça-feira (16), em Brasília. De acordo com os estudos feitos pela Conab, mais de 95% da safra já foi colhida.
O levantamento aponta 4 milhoes de sacas, ou 8,16% a menos que as 49,15 milhões produzidas na última safra. A principal influência nessa variação foi uma queda de 16,1% na produção do café arábica. Segundo a Conab, os motivos foram a forte estiagem verificada nos primeiros meses do ano, a inversão da bienalidade em algumas regiões, como na Zona da Mata mineira, e também as geadas que atingiram o estado do Paraná em 2013.
Ao longo da apresentação dos dados, o secretário-executivo do Mapa, Gerardo Fontelles, destacou o papel da Conab pela precisão, metodologia utilizada e contínuo aperfeiçoamento na pesquisa. “A Conab está de parabéns por fazer um levantamento desse produto tão importante em um território extenso como é o do Brasil”, afirmou.
Maior produção no ES e em MG
Os estados com maior redução do café arábica foram Minas Gerais, Paraná e Espírito Santo. Por outro lado, o conilon teve aumento de 19,9%, graças à renovação e revigoramento da produtividade e às condições climáticas favoráveis ocorridas no estado do Espírito Santo, maior produtor da espécie.
A estimativa de produção do arábica é de 32,1 milhões de sacas ou o equivalente a 71,2% do volume de café produzido no País. O maior destaque é o estado de Minas Gerais, com o volume de 22,3 milhões de sacas. Já o conilon, que chega a 13 milhões de sacas, representando 28,8% do total nacional, com o Espírito Santo detendo a maior produção e uma colheita de 9,9 milhões de sacas.
Todas as culturas em produção abrangem uma área de 1,92 milhões de hectares, 3,9% a menos que na safra passada, com uma redução de 86,5 mil hectares. Minas Gerais concentra a maior área plantada, com 1,2 milhão de hectares e predomínio da espécie arábica, que ocupa 98,8% da área total do estado. Isso representa 53,6% da área cultivada no País. A segunda posição é do Espírito Santo, com área total de 486,6 mil hectares, sendo que 310,1 mil hectares são destinados ao conilon – equivalentes a 63,9% da área nacional da espécie.
Sobre as perspectivas para a próxima safra, Fontelles explicou que ainda é cedo para uma previsão, pois tudo vai depender da florada e das condições climáticas dos próximos meses. “A primeira estimativa será feita em janeiro de 2015, quando já tivermos a florada definida”, afirmou.
Aumento na exportação do café
A Secretária de Produção e Agroenergia do Mapa, Cleide Laia, informou que volume de exportação do café aumentou em 18,41%, e em 14,85% em receita comparando os oito primeiros meses de 2013 com o mesmo período de 2014. De janeiro a agosto de 2014, o Brasil exportou mais de 23,81 milhões de sacas de café de 60 kg, enquanto que no mesmo período de 2013, a exportação foi de 20,11 milhões de sacas. De acordo com os dados do Informe Estatístico do Café, que é publicado mensalmente pelo Departamento do Café (DCAF) da Secretaria de Produção e Agroenergia (SPAE) do Mapa, a arrecadação foi de U$ 3,53 bilhões nos oito primeiros meses de 2013, e de U$ 4,06 bilhões no mesmo período deste ano.
O café continua como o quinto item mais exportado do agronegócio, ficando atrás do complexo soja, carnes, complexo sucroalcooleiro e produtos florestais. O produto representou 6% de todas as exportações do agronegócio brasileiro entre os meses de janeiro e agosto de 2014. Os principais países importadores são Alemanha, Estados Unidos, Itália, Bélgica e Japão.
Confira aqui o informe mensal do café.