Por Rodrigo Pedroso | De São Paulo
O Brasil perdeu espaço no mercado da União Europeia no primeiro trimestre. Na comparação com o mesmo período do ano passado, as exportações recuaram 11% e atingiram US$ 10,1 bilhões. Além de registrar encolhimento nos produtos básicos, onde o país é mais competitivo e há maior demanda europeia, os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) mostram um recuo expressivo, de quase 20%, nas vendas de manufaturados. As importações, por outro lado, subiram 2,4% e ajudaram a ampliar o déficit com o bloco no período, que passou de US$ 198 milhões para US$ 1,8 bilhão.
Enquanto as exportações de semimanufaturados mantiveram o nível de 2012, estacionando em US$ 1,7 bilhão, a manufatura foi o setor mais prejudicado com a recessão no bloco europeu. A Embraer vendeu 8% menos partes e peças, assim como os embarques de máquinas e aparelhos mecânicos perdeu um quarto de mercado. Se no ano passado o setor havia vendido US$ 728 milhões de janeiro a março, em 2013 o montante não passou de US$ 543 milhões.
Produtos com menos valor agregado – mas que são classificados como manufaturados pelo ministério – também tiveram sofreram com o arrefecimento da demanda europeia. Suco de laranja e plásticos, por exemplo, recuaram 29% e 27%, respectivamente.
Os básicos, por sua vez, encolheram 9,3% em valor. Mesmo assim, o grupo foi responsável por quase a metade do total das exportações: US$ 4,7 bilhões. A queda de um terço nas vendas de café – terceiro produto mais vendido – e de metade na soja ajudaram a formar o resultado. O minério de ferro, mesmo com preços menores, contrabalanceou em volume e rendeu 13% a mais para a balança (US$ 1,5 bilhão no total).
O que o Brasil demanda dos europeus não sofreu grandes alterações em relação ao ano passado. Máquins e aparelhos mecânicos, veículos e produtos farmacêuticos somaram quase US$ 5 bilhões em importações, crescendo 8%, 7% e 4%, respectivamente.