Em Boa Esperança (MG), colheita do café arábica chega a 40% e quebra na safra
gira em torno de 20%. Chuvas persistem na região e já afetam a bebida do café.
Produtores utilizam entre 600 a 650 litros para fazer uma saca de café
beneficiado. Já os preços do grão de qualidade estão entre R$ 400 a R$ 420 a
saca, mas não cobrem os custos de produção.
As chuvas persistem na região de Boa Esperança (MG) e colheita do café
arábica segue em torno de 40%. Na semana passada, segundo Manoel Joaquim da
Costa, presidente do sindicato rural do município, choveu quase 10 mm e a terra
úmida está dificultando ainda mais a colheita mecanizada.
“Vários produtores estão se queixando de que mais um ano a safra de café terá
quebra na produção. No ano passado na região, chegamos a uma quebra de 40% e
este ano a previsão é de 20%, uma somatória de prejuízos consecutivos”,
conta.
Além disso, como consequência do clima chuvoso, a qualidade da
bebida também é comprometida. “Com o tempo nublado a secagem do grão é mais
demorada. Tem várias regiões onde o café não terá bebida de primeira, terá a
bebida que chamamos de café rio e, o índice de bebidas inferiores está crescendo
comparado aos anos anteriores”, explica o presidente.
Diante desse cenário, os grãos desuniformes e miúdos também favorecem a
quebra na produção. Segundo o presidente, os cafeicultores estão usando mais
medidas para fazer o café beneficiado, cerca de 600 a 650 litros de café cereja
para uma saca beneficiada.
Já os preços, seguem estáveis, porém não
remuneram o produtor. A saca está cotada em R$ 400,00 a R$ 420,00. “Esse preço é
para o café de melhor qualidade, mas se fizermos uma média pelos outros tipos de
café com qualidade inferior, teremos um resultado ainda menor do que este, uma
vez que o produtor não trabalha só com um tipo de café”, esclarece Joaquim.